Para que você faça parte de uma rede de franquias é preciso, antes de tudo, passar por um processo seletivo para saber se você tem o perfil ideal pretendido pelo franqueador.
Geralmente este processo conta com algumas etapas, que começa com o preenchimento de uma ficha cadastral e segue com apresentação da documentação requerida pelo franqueado e uma entrevista.
“A seleção é dupla, ou seja, os candidatos selecionam as franquias e, após essa escolha, também devem ser selecionados pela franqueadora, de acordo com o perfil desenhado pela rede”, explica a advogada especialista em franchising Patricia Gonzalez Baubeta.
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E como se dar bem nesse processo seletivo? Separamos algumas dicas importantes para facilitar esse processo. Confira:
Seja franco consigo mesmo
Antes de qualquer coisa, procure avaliar se você preenche as características obrigatórias e preferenciais exigidas para o negócio.
“Além disso, veja se você tem os recursos necessários para o investimento inicial e para manter-se enquanto não houver lucro suficiente para remunerar-se e fazer retiradas da pessoa jurídica para a física”, aconselha Patricia.
A especialista em franchising avisa, ainda, que é importante que exista uma identificação com a rotina da franquia para que possa passar tranquilamente pelo processo de seleção da marca.
“Lembre-se de que o glamour por trás de uma marca de sucesso está vinculado a muito esforço, trabalho e dedicação”, ressalta.
Seja verdadeiro com a franqueadora
Também é importante que você, além de ser justo com os seus objetivos, seja claro com aquele que está comandando o processo de seleção.
“Tenha em mente que o processo bem realizado visa evitar frustrações para ambas as partes e não é um concurso em que o prêmio é tornar-se franqueado”, alerta Patrícia.
Além disso, normalmente o franqueador deseja trazer para sua rede empreendedores que agreguem valor ao negócio e que saibam trabalhar em equipe, tendo perfil de liderança.
O entrevistado deve estar preparado para perguntas relacionadas a esses assuntos e, principalmente, conhecer muito bem a empresa na qual ele pretende fazer parte, tornando-se um franqueado.
“Esse estudo prévio sobre a marca deve ser feito não só para o candidato passar na entrevista, mas também para que ele não se frustre no futuro quando já tiver investido um valor alto no negócio”, lembra Marcelo Scharra, consultor de gestão da Inside Business Design.
Minimize os erros
Há muitas formas e ferramentas que as franqueadoras usam para reduzir a probabilidade de errar na seleção de franqueados, nenhuma infalível. Os candidatos, por sua vez, têm que pensar e estudar todos os pontos.
“É preciso pesquisar, avaliar o tempo de existência da marca, se ela é um modismo, além de falar com franqueados da rede e, também, com ex-franqueados”, diz Patrícia.
Analise o negócio, faça comparações, converse com outros franqueados e, se sentir necessidade, consulte profissionais especializados. Afinal seu investimento, tempo e expectativas também estão em jogo.
Documentos que não podem faltar
Para o processo seletivo, tanto o candidato como a franqueadora devem entregar documentos básicos. A Circular de Oferta de Franquia, por exemplo, não pode faltar do lado da empresa.
“Além disso, é bom ter acesso a pesquisas de localização de ponto e políticas como as de determinação de territórios, de preferência para instalação de novas unidades. E fique atento as planilhas com estimativas de retorno do investimento, preferencialmente com base em unidades existentes e não em projeções fictícias”, aconselha Patricia.
Fuja de armadilhas
Para não cair em roubadas, fique atento a todos os detalhes e as facilidades e excesso de concessões oferecidas pela franqueadora para admitir franqueados na rede, principalmente quando se tratar de franquias com pouco tempo de mercado.
“O candidato não pode se deixar seduzir apenas pelo encanto da marca. Ele deve indagar sobre os critérios para o processo de seleção dos franqueados e fazer uma auto-análise para saber se preenche estes requisitos”, conta Patricia.
É preciso ser bastante questionador sobre o valor total do investimento necessário para montagem, instalação, inauguração e primeiros meses de operação da unidade.
“Da mesma forma, pergunte sobre a existência e as exigências de fornecedores homologados/credenciados e, se houver necessidade de equipamentos importados para montar ou operar a franquia, avalie se eles cumprem eventual regulamentação e se efetivamente estão de acordo com as exigências brasileiras”, finaliza a especialista.