A Torteria Haguanaboka tem um histórico sólido de sucesso e tradição. A rede que nasceu no interior paulista tem mais de 29 anos de expertise no mercado e é amplamente conhecida no Vale do Paraíba.
Porém, apesar do sucesso e estabilidade enquanto marca própria, a Torteria Haguanaboka encontrou algumas dificuldades para deslanchar no franchising.
A rede começou a operar por franquias oficialmente em 2016, mas, por uma série de fatores, precisou pausar a expansão.
Nesta edição do Franchise Insider, Valéria Verdi, fundadora da companhia, conta como a Torteria Haguanaboka se estruturou para retomar a expansão por franquias e volta ao franchising com força total.
De volta ao franchising
Fundada em 1990, a Torteria Haguanaboka levou 26 anos para iniciar a operação por meio de franquias. Mas, de acordo com Valéria, o movimento foi muito bem estudado.
“Por muito tempo eu estava tranquila só com as lojas próprias. Não tinha intenção de crescer com uma grande rede”, ela revela.
A virada aconteceu em 2015, quando a empresária fez um curso que a levou a questionar vários aspectos da sua vida. Entre eles, o profissional.
“Comecei a me perguntar: ‘se eu morrer, minha marca vai morrer comigo?’. Isso me gerou uma grande angústia, porque não tinha herdeiros nem ninguém para assumir a operação depois de mim”, relembra.
Foi então que a fundadora começou a pensar em expandir os negócios. O primeiro passo foi buscar um sócio e, em seguida, iniciar a expansão por franquias.
Apesar de a formatação ter sido bem desenhada, segunda a avaliação de Valéria, o negócio não deu tão certo como eles esperavam.
Além de seu sócio não ter um perfil tão comercial quanto o necessário para fazer a venda das franquias, a crise econômica no Brasil se agravava, e tudo isso gerou uma situação ainda mais complicada para as franquias da Torteria Haguanaboka prosperarem.
Com o tempo, o sócio de Valéria foi ficando desanimado e decidiu abandonar o negócio.
Sozinha novamente, a empresária resolveu assumiu a expansão de franquias e redesenhá-la, junto a uma equipe especializada em franchising.
“O foco desse time é vender novas franquias, mas também manter a qualidade do atendimento e suporte para os franqueados. Temos que oferecer total apoia à rede”, explica.
Valéria e sua equipe vão às unidades pelo menos 2 vezes por mês e mantêm um contato frequente – por videoconferência, WhatsApp e e-mail – para manter os franqueados mais seguros e tranquilos. E ela conta que isso tem rendido um ótimo feedback dos franqueados novos e antigos.
“Temos franqueados que já foram ligados à outras redes e têm elogiado muito essa proximidade e atenção que damos a eles. Por isso, sinto que estou cumprindo meu principal objetivo”, reforça.
Os modelos de negócio continuaram os mesmos, mas Valéria conseguiu renegociar valores de equipamentos e layout das lojas para que o custo de investimento inicial fosse mais acessível.
No primeiro formato, era necessário um aporte mínimo de R$ 350 mil para abrir uma unidade da Torteria Haguanaboka. Hoje, é possível abrir uma franquia da rede com, pelo menos, R$ 150 mil.
Ela também percebeu que o mapeamento e o plano de expansão da nova fase estão trazendo um perfil de candidato mais interessante e gerando resultados mais rápidos do que antes.
“Eu também vejo que, naquela época, as pessoas tinham medo de investir, a situação econômica era muito instável. Hoje, já percebo mais segurança e confiança em apostar em um negócio”, comenta.
Atualmente, o perfil desejado pela Torteria Haguanaboka é de franqueados que residam em cidades com população a partir de 300 mil habitantes e até 500 km de distância de São José, onde fica sua sede e a cozinha industrial que produz toda a matéria prima das tortas comercializadas pelas lojas.
A opção por manter o negócio perto da matriz tem como objetivo garantir o frescor e qualidade dos produtos.
A rede busca candidatos que gostem de estar presentes no dia a dia do negócio, tenham perfil de liderança e identificação com o negócio de alimentação.
Outro desafio superado pela empresária foi o relacionamento com o franqueado. Se antes Valéria tinha dificuldade em lidar com eles e estava mais distante da operação, há 8 meses à frente da nova fase de expansão, ela percebe que já tem mais desenvoltura e pode oferecer um suporte melhor para sua rede.
“Hoje eu entendo melhor as necessidades e anseios do franqueado e, com isso, posso oferecer o meu melhor”
Transformações fazem parte da rede
Embora tenha passado por uma fase crítica durante sua primeira incursão no mundo das franquias. A transformação não é nenhuma novidade para Valéria e a Torteria Haguanaboka.
Antes de investir no empreendedorismo, Valéria era professora do ensino público municipal e a culinária era apenas um hobby em sua vida.
Apesar de gostar de sua ocupação, ela já entendia que não queria lecionar o resto de sua vida. Depois de passar por uma turma muito difícil, Valéria decidiu abandonar o ensino e investir nas tortas que fazia para a família e os amigos.
“Eu adoro criar receitas. Escrevi meu primeiro livro de receita aos 8 anos de idade, então investir em um negócio relacionado à alimentação faziam muito sentido para mim”, relembra.
Com o dinheiro da rescisão, Valéria alugou um pequeno espaço para comercializar suas tortas e o negócio começou a render frutos. Na época, ela criou uma sociedade com sua irmã, mas a falta de lucro nos primeiros anos fez com que Valéria acabasse ficando sozinha no negócio.
A empresária continuou persistindo na Torteria Haguanaboka, mudou para um ponto maior e, posteriormente, para uma loja de shopping. Com o tempo, o negócio foi se tornando tradicional na cidade de São José dos Campos.
Valéria expandiu o cardápio e hoje comercializa tortas doces e salgadas, bolos, quiches, cafés, smoothies, milkshakes, sucos e saladas. Os produtos contam com processos artesanais e receitas exclusivas, livres de conservantes, corantes e aditivos químicos.
A marca, inclusive, tem opções de produtos diet, sem glúten, sem lactose e opções vegetarianas e veganas, que atendem as novas tendências de alimentação saudável.
A La Torta by Haguanaboka, nova marca do Grupo Haguanaboka Franchising, também oferece a mesma gama de produtos que a “irmã mais velha”, a Torteria Haguanaboka.
Criada para atrair um público com menor poder aquisitivo, mas que sonha em comandar seu próprio negócio, a La Torta é outra iniciativa da nova fase de expansão do grupo responsável pela expansão da Torteria Haguanaboka.
Enquanto o aporte inicial para uma franquia da Torteria Haguanaboka é de R$ 150 mil (para o modelo de quiosque), é possível abrir uma unidade da La Torta por R$ 90 mil.
“Estar presente nas lojas nos ajuda a identificar as necessidades dos clientes. É conhecendo o que o consumidor deseja que nos mantemos relevantes no mercado”
Trajetória e dicas da executiva
A rotina de Valéria é bem agitada. Trabalhando cerca de 15 horas todos os dias, de domingo a domingo, ela visita as franquias, supervisiona as estratégias da expansão e até a criação de novos produtos.
Seu principal desafio hoje está em encontrar profissionais na área de expansão e franquias para aumentar ainda mais o time do Grupo Haguanaboka Franchising e acelerar a expansão das suas marcas.
Valéria acredita que a principal qualidade de um bom profissional no universo do Franchising é a dedicação. “É preciso se dedicar aos processos, à franqueadora e ao franqueado. Sem muita dedicação é impossível ser bem-sucedido”, finaliza.
Atualmente, a Torteria Haguanaboka tem 6 unidades e estima a abertura de 20 unidades nos próximos 3 anos.