Um dos quesitos mais importantes a se considerar antes de abrir uma franquia é reconhecer se você está escolhendo, realmente, um bom franqueador.
Ser um bom franqueador pode ter muitos significados. Mas, de forma geral, podemos dizer que as redes mais admiradas pelos investidores são aquelas que conseguem deixar os franqueados plenamente satisfeitos com o negócio que adquiram.
Para identificar se as marcas de franquias que você está sondando se encaixam neste perfil, alguns pontos precisam ser avaliados. Neste artigo vamos citar as principais características de um bom franqueador para que você tenha mais chances de sucesso ao assinar um contrato de franquia.
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Cumpre o contrato
Antes de abrir a franquia, franqueador e franqueado celebram um contrato de aquisição do negócio. Esse documento reúne todos os detalhes da operação, bem como os direitos e deveres da franqueadora.
Sabendo disso, naturalmente, um bom franqueador deve cumprir o que promete no contrato. Mas como ter certeza disso antes de assinar?
Roberto Vautier, consultor de varejo da AGR Consultores, dá uma caminho: “Entre os direitos do franqueado, temos o recebimento do COF (Circular de Oferta de Franquia) que deve ocorrer até 10 dias antes da assinatura do contrato”.
Com a COF em mãos, o candidato terá acesso a todas as regras do acordo e poderá avaliar se concorda com tudo que está sendo estabelecido ali – e que será replicado no contrato.
A COF também deve incluir contatos de franqueados e ex-franqueados da rede, e esses dados podem ser usados para que o investidor confirme se a marca realmente cumpre o que promete. Conversar com outros franqueados também é uma excelente oportunidade de entender melhor quais são as vantagens, os desafios e as particularidades do negócio.
Atuação de acordo com a legislação
Se você quer abrir uma franquia, precisa conhecer a Lei de Franquias, que rege o segmento.
Em 2019 houve uma atualização da legislação que regulamenta o franchising, o que tornou o setor ainda mais criterioso. Apesar disso, ainda podem existir algumas marcas que não estão operando segundo a nova regulação.
Por isso, é fundamental que você conheça os principais aspectos da Lei de Franquias para que identifique redes que estão em desacordo com as suas premissas e fuja delas!
Tem uma boa estrutura interna
Embora o franqueado seja o responsável principal por sua unidade, é fundamental conferir se a franqueadora tem uma boa estrutura de gestão interna.
Nesse caso, estamos falando de fatores como: uma liderança consistente, presente e que ouça a rede; capacidade financeira que permita que a marca invista em ferramentas, softwares e soluções atrativas para franqueados e consumidores; e também um bom time de profissionais, como time de marketing, jurídico e de consultores de campo que vão prestar suporte aos franqueados.
Além de buscar conhecer a operação interna da franqueadora, uma boa forma de avaliar esses quesitos é investigar como a marca vem lidando com a crise e oferecendo amparo à rede.
Oferece apoio ao franqueado
“Também é direito do franqueado contar com um suporte para todas as etapas da operação e ter a sua disposição canais de comunicação com a matriz para dúvidas, reclamações, sugestões e demais assuntos que possam permear o dia a dia do franqueado”, aponta Roberto Vautier.
O consultor explica que a franqueadora deve não só ceder o direito de uso da marca, mas transmitir o seu know-how e dar subsídios para que um parceiro tenha chances de ser bem-sucedido. Pensando nisso, podemos dizer que um bom franqueador deve apoiar o franqueado nas seguintes frentes:
1. Assistência na prospecção de ponto físico
A primeira questão a se considerar está relacionada à prospecção de um ponto físico, caso a franquia escolhida exija um.
Um bom franqueador deve usar sua expertise e ferramentas de geomarketing para ajudar o investidor a escolher um local estratégico – que tenha bom volume de circulação de pessoas e estrutura compatível com as necessidades do negócio. Se a franqueadora puder ajudar na negociação com o locador, melhor ainda.
2. Auxílio na implementação do negócio
Com ou sem um ponto físico, o franqueado vai precisar de um auxílio do franqueador para a implantação do empreendimento.
Seja através de ferramentas, softwares, manuais, indicação de fornecedores ou outros recursos, a franqueadora deve proporcionar ao novo parceiro todo o apoio que ele precisa para criar abrir as portas e iniciar o funcionamento da franquia.
3. Treinamento adequado
Esse é o ponto mais importante e, por isso, deve ser avaliado cuidadosamente pelo candidato antes de fechar negócio. É importante investigar como o treinamento vai funcionar, por quanto tempo deve acontecer, qual a metodologia aplicada e os assuntos abordados.
Geralmente, um bom franqueador prepara capacitações que incluem aspectos administrativos, operacionais, de atendimento, marketing e qualquer outro tema que seja relevante para o negócio prosperar.
4. Suporte ao franqueado
Também é indispensável se certificar de que o franqueador garante suporte aos seus franqueados no dia a dia da operação.
Para isso, observe se a marca tem canais de atendimento específicos para a rede – como intranet, e-mail e central telefônica – e tente descobrir com os atuais franqueados se eles são realmente efetivos. Também vale observar se a franqueadora oferece consultoria de campo, na qual um especialista visita a unidade periodicamente e ajuda o franqueado a estabelecer planos de crescimento e recuperação.