A disponibilização de linhas de crédito voltadas para as empresas brasileiras foi uma das primeiras medidas anunciadas para ajudar os empresários a sobreviver à pandemia de coronavírus.
Utilizados, principalmente, para manter a folha de pagamentos em dia, liquidar dívidas ou obter capital de giro, esses empréstimos podem auxiliar as franquias a passarem pela crise.
Porém, tomar um empréstimo sempre exige muito cuidado e responsabilidade, já que o dinheiro precisará ser usado de forma estratégica e devolvido (com juros) ao longo dos próximos meses.
Neste sentido, as franqueadoras têm um papel importante para auxiliar os seus parceiros a fazer as melhores escolhas.
Neste post, levantamos algumas ações que as companhias podem adotar para ajudar os franqueados na necessidade de recorrer ao crédito.
Produza conteúdo sobre o assunto
Uma das primeiras medidas que as franqueadoras devem implementar para evitar que os franqueados tomem crédito sem necessidade, ou sem que tenham feito um bom planejamento para isso, é oferecer conteúdo sobre o tema.
Promover lives, treinamentos e outras formas de capacitação sobre finanças e crédito é fundamental para que a rede possa entender quais são as opções para driblar a crise, de que forma os empréstimos funcionam e como identificar a necessidade de tomar dinheiro emprestado.
De acordo com Luciana Ikedo, assessora de investimentos e sócia-fundadora do escritório Ikedo Investimentos, obter conhecimento sobre o tema e promover uma análise financeira do negócio são quesitos essenciais para os empresários.
“É preciso conhecer muito bem os números, especialmente os prazos de recebimento e de pagamentos e saber qual é o capital de giro necessário para o negócio”, orienta.
Busque parcerias e condições especiais
Desde o início da pandemia no Brasil, bancos, fintechs e outras instituições estão ofertando produtos financeiros para empresas de todos os portes e segmentos.
E muitas delas têm condições bastante vantajosas. “Neste momento existem linhas mais baratas e alongadas, muitas com prazo de carência, que tornam possível atravessar com mais tranquilidade o momento de crise”, confirma a assessora de investimentos.
Mesmo assim, a franqueadora pode conseguir possibilidades ainda melhores para a rede, caso firme parcerias com instituições que oferecem crédito.
Para ser uma operação vantajosa para os franqueados, Luciana aconselha que as empresas negociem fatores como o custo efetivo total (taxa acrescida de todos os custos para obtenção do recurso), prazo do contrato e fluxo de pagamentos com especial destaque para os prazos de carência e garantias.
Ofereça uma assessoria financeira
Em alguns casos, oferecer apenas uma orientação geral para a rede não é o suficiente para que o franqueado se sinta seguro sobre suas decisões.
Por isso, cabe a franqueadora assessorar os parceiros, contribuindo para que eles possam avaliar suas finanças e entender de que forma o crédito poderá beneficiar a operação.
“Algo muito importante a se considerar é a destinação dos recursos, fazendo sempre a pergunta: o que esse empréstimo trará de resultados para a minha empresa?”, diz Luciana.
Essa consultoria individual pode fazer com que o franqueado perceba que estratégias como a redução de custos internos e prorrogação no pagamento de taxas é o suficiente para trazer um novo fôlego financeiro para a unidade.
Caso chegue-se à conclusão de que ele terá mesmo que recorrer a um empréstimo, a franqueadora também pode ajudá-lo a definir qual é o valor necessário e como o dinheiro será aplicado.
A especialista explica que esse cálculo deve ser bastante preciso para não trazer mais prejuízos para o negócio: “o valor não pode ser menor do que o necessário, sob o risco de ser insuficiente e de não trazer os resultados inicialmente estimados. Mas também não deve ser maior do que o negócio precisa, pois o custo do serviço da dívida irá impactar os resultados futuros”.
“Em se tratando de investimentos no negócio, é sempre preciso pensar no retorno que o investimento trará em incremento de receita”
Ajude o franqueado a montar uma projeção de gastos
Definindo a linha de crédito mais adequada, o valor das parcelas e o prazo de pagamento, o próximo passo é criar um fluxo de caixa projetado junto ao franqueado.
Incluindo a nova dívida nas despesas do negócio, ficará mais fácil entender quais serão os efeitos desse endividamento no médio e longo prazo.
O franqueado deve estar ciente de que as parcelas do empréstimo farão parte do planejamento financeiro do negócio nos próximos meses e anos, e ele terá que ter muita disciplina e dedicação para que o crédito ajude, ao invés de atrapalhar.
Ao longo dos próximos meses, é interessante que a franqueadora passe a acompanhar de perto as finanças dos franqueados que tomaram empréstimos. Assim, poderá identificar rapidamente se houver algum sinal de complicação nos pagamentos e prestar o suporte necessário para manter a saúde financeira da unidade.