Onde estou hoje escrevendo para vocês? Estou na França, no meu primeiro dia de férias. Passei o dia na rua batendo perna, “reconhecendo” e conhecendo tudo que tem de novo no varejo francês.
Após mais de dois anos de pandemia, com muitas lojas fechadas ao redor do mundo, na França não foi diferente: tapumes em todos os pontos comerciais tradicionais. Porém, para minha alegria e dos demais turistas algumas lojas foram restauradas e reformadas.
Na grande loja chamada La Samaritaine, fundada em 1870 por Ernest Cognacq e atual propriedade do grupo LVMH (2001), após quase cinco anos entre o projeto e a restauração do antigo prédio, uma grande surpresa da mistura do moderno com o antigo! Arte e Cultura, com exposições de quadro e arquitetura, restaurante, moda e salão de beleza fazem do espetacular local uma visita confortável e surpreendente.
Ao lado, na famosa “Rue de Rivoli”, lojas conhecidas no mundo todo: Zara, Uniqlo, L’Occittane, C&A, Dior, McDonalds, Sephora, Starbucks…cheia de consumidores do mundo todo ávidos por passear e em busca do conforto. Parece estranho, mas o turista acaba visitando os pontos que já conhece nas cidades que nunca visitou. Ele está em busca de uma zona de conforto. Um lugar em que se sente seguro, sabe o que vai ver, comer e sentir. Deu para entender por que eu comecei esse artigo falando da minha viagem? Sim, porque além da franquia ser uma maneira muito inteligente de dar visibilidade e consolidar uma marca, espalha conforto e credibilidade para com seu cliente.
Vou contar um “causo” desses para vocês.
Durante o almoço, em uma Brasserie daquelas que tem em cada esquina de Paris, e come-se maravilhosamente bem, o meu pai, que fala até com um vaso de plantas, aborda o garoto da mesa ao lado (grudada na nossa com todas…) e pergunta: “Você está gostando da sua comida? Quero comer igual”. O garoto não responde, mas sorri. Uma das mulheres responde: “ele não fala francês”. Era um menino ucraniano e sua mãe, acompanhado de uma francesa que os recebeu como refugiados. Ela conta a história da família (o pai ficou para lutar na guerra) e nós, com lágrimas nos olhos ouvimos: ele acabaram de chegar e eu os estou levando para comer e visitar lugares que eles tenham lembranças na Ucrânia. Assim eles não se sentirão totalmente deslocados…”.
As marcas, empresas e estabelecimentos nacionais e globais, são as “zonas de conforto” para todos nós: nos dão a tranquilidade que sabemos o que estamos comprando ou comendo. São nossas companhias por onde formos. Sempre nossos pares.
