Já falamos no blog das inúmeras vantagens de transformar sua empresa em uma franquia. Para relembrar, vale citar a questão do crescimento rápido do negócio, possibilidade de expansão em vários estados e com um investimento de capital menor do que o utilizado para abrir várias novas lojas, o fortalecimento da marca em diversos mercados, a capilarização dos produtos e o gerenciamento de operações sem caracterizar vínculo empregatício com o franqueado, entre outros fatores.
Apesar dos benefícios, a maioria dos especialistas e consultores na área indica cautela e uma análise profunda do negócio antes de iniciar o processo de franchising. Nem todas as empresas e gestores possuem perfil de franqueador. Portanto, para evitar dores de cabeça no futuro, é fundamental fazer uma análise da franqueabilidade do negócio. Os serviços e produtos da sua empresa são essenciais para os consumidores em diferentes mercados? Seus produtos e serviços podem ser reproduzidos por outras pessoas independente da presença do seu idealizador? Você tem claro qual o formato ideal de funcionamento da sua empresa (número de funcionários, pontos comerciais, impacto de impostos etc)? Essas são algumas perguntas que devem ser levadas em consideração pelo empreendedor interessado em abrir franquias do seu negócio.
Tendo isso claro e sabendo exatamente em qual estágio sua empresa se encontra, qual sua capacidade de produção e sua situação financeira, os empreendedores interessados em investir no franchising precisam percorrer algumas etapas que detalharemos abaixo. Vale lembrar que esse modelo é uma sugestão e pode ser realizado de diferentes maneiras e em momentos diversos do processo de franchising.
Passo a passo para transformar sua empresa em uma franquia
Início – Burocracias e planos de negócio
Depois de fazer uma análise da franqueabilidade e concluir que seu negócio tem todas as características necessárias, seu próximo passo é assegurar-se de que sua marca está liberada para registro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Isso evita problemas futuros com a replicação do seu negócio.
A etapa seguinte é a elaboração da Circular de Oferta de Franquia (COF), prevista na legislação brasileira que regulamenta o funcionamento do sistema de franquias. Este documento é obrigatório, deve ser feito por um advogado especialista do ramo e contém uma série de dados sobre o negócio e o modelo de franquia adotado.
Como já deu para perceber, você também precisa de uma reserva de caixa para iniciar o processo de franchising. O investimento depende de cada negócio, mas os especialistas costumam estipular um valor em torno de 50 mil reais. Esse dinheiro servirá para a contratação, se desejável, de uma empresa de consultoria para auxiliá-lo no processo de formatação, com cursos e treinamentos, com registros e outras questões burocráticas.
Além disso, nessa primeira fase você precisa elaborar um modelo de negócio da franquia e do franqueador, bem como um plano de negócio para ambas as partes. É preciso deixar bem claro aqui quais são as estruturas de custos da franquia, quais os atrativos do negócio, qual o prazo de retorno do franqueado, a lucratividade, quais serão os royalties sobre o faturamento da franquia etc.
Meio do caminho – Produção de manuais e treinamentos
Depois de resolvidas as questões legais e com os planos de negócios prontos, você já pode começar a se preocupar com a produção de manuais e treinamentos relacionados à sua franquia. Comece elaborando um manual de uso de marca, expondo em detalhes tudo aquilo que é permitido e o que é proibido ao franqueado que usar a marca. Em seguida, faça um manual da franquia, deixando especificados todos os processos do negócio.
Para que o padrão de atendimento das franquias seja o mesmo, o franqueador também precisa organizar treinamentos e capacitações, que podem ser disponibilizados em vídeo ou ser realizados presencialmente com a ajuda do consultor de campo.
Outra questão importante é estruturar a loja matriz para que ela sirva de exemplo de aplicação de todos os padrões a serem usados nas franquias. Franqueados e interessados no negócio podem visitar a loja piloto para tirarem dúvidas e conhecerem melhor as práticas de gestão da marca.
Quase lá – Formalização e venda de franquia
Para que você possa vender sua franquia, você precisa fazer uma alteração no seu contrato social ou abrir uma nova empresa para realizar esta nova atividade. Essa parte de formalização da franqueadora pode ser feita no início do processo de franchising, pois não há uma ordem obrigatória entre as etapas.
Com manuais prontos e com as questões tributárias organizadas, você precisa elaborar uma estratégia de venda da sua franquia e decidir se irá ofertar unidades em todo o país, no estado onde já atua ou apenas no entorno da loja matriz. Nas estratégias de comercialização da franquia, vale apostar em assessoria de imprensa, marketing digital, participação em feiras e eventos da área, venda direta, entre outras táticas.
Tudo pronto – Gestão e relacionamento
Sucesso, agora você conseguiu vender sua franquia e tornar-se um franqueador! Mas acalme-se, pois o trabalho apenas começou. Para que a parceria seja produtiva, é preciso estabelecer um relacionamento correto, educado e responsável com seus franqueados. Isso se dá por meio de reuniões, consultorias de campo, pela internet, com um call center para atender franqueados, por ações de marketing, entre outras ideias.
Um instrumento muito valioso, utilizado pelos franqueados são as plataformas de gestão, como a Central do Franqueado. Esse tipo de sistema permite desenvolver uma interação bem ajustada, rápida e eficaz entre franqueado e franqueador.
Dicas
E-book “Como tornar sua empresa uma franquia”: material gratuito e super completo disponibilizado pelo Sebrae. Leia aqui.
– Franquia RS: projeto do Sebrae RS em parceria com a ABF que visa apoiar 30 micro e pequenas empresas gaúchas que queiram expandir por meio do modelo de franquias.
