Finanças: caminhos para franqueadoras lidarem com a crise

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A crise do coronavírus afetou drasticamente a rotina de consumidores e empresas.

No universo corporativo, a pandemia mudou a forma gerenciar, as práticas de limpeza, a interação com o público e, também, o modo de administrar as finanças.

Em um cenário em que o consumo diminuiu em vários setores, a insegurança em investir cresceu e o aumento do dólar impediu muitas redes de manter os investimentos que planejavam, é preciso de uma administração firme para garantir a sobrevivência financeira dos negócios.

Mas como fazer isso na prática?

Conversamos com Luciana Ikedo, assessora de investimentos e especialista em finanças, para entender quais atitudes as franqueadoras podem adotar para administrar seus recursos durante a crise e amparar os franqueados.

“Trancar” o caixa

A primeira orientação de Luciana é fazer uma revisão de todas as despesas da franqueadora e do franqueado, com o objetivo de reduzir ou eliminar gastos.

“É necessário passar um ‘pente fino’ em tudo o que implica em saída de recursos do caixa. É importante que seja revisado, com especial atenção, as despesas recorrentes, como tarifas bancárias, por exemplo”, indica.

Ela orienta ainda que as franqueadoras se esforcem para renegociar tudo o que for possível, de forma a conseguir valores, prazos e condições mais favoráveis para o momento.

De acordo com Luciana, diminuir os gastos em algumas áreas pode favorecer a sustentabilidade financeira de recursos prioritários, como a folha de pagamento e as ferramentas de suporte ao franqueado.

Adotar as medidas emergenciais

Também é uma boa ideia implementar – e/ou orientar que os franqueados adotem – as medidas emergenciais que vem sendo promovidas pelo governo e por outras entidades de apoio aos empresários brasileiros.

A liberação de linhas de crédito com condições especiais para pequenas e médias empresas, a prorrogação do recolhimento de impostos e a flexibilização das regras trabalhistas são algumas das opções que podem ajudar franqueadoras e franqueados a superar essa fase.

“Para as redes que possuem endividamento, revisar todos os contratos e buscar a concentração numa única linha, mais alongada e com juros menores, ajudará com os ajustes nas contas, aliviando a pressão sobre o fluxo de caixa”, diz Luciana.

Adiar projetos e investir de forma estratégica

“O adiamento estratégico de alguns projetos, especialmente aqueles que não gerem receita imediatamente, pode ser muito importante para a manutenção do fôlego financeiro”, explica a especialista.

O foco neste momento deve estar nas estratégias que podem ajudar a gerar receita e agregar valor para os franqueados e para a franqueadora durante a crise.

Melhor ainda se elas também estiverem alinhadas com as tendências para o futuro do franchising, prepararem a rede para o pós-crise e apresentarem potencial para continuar gerando resultados no novo normal – o cenário depois da pandemia.

Neste sentido, dar maior atenção à capacitação das equipes, apostar em ferramentas de atendimento à distância e desenvolver modelos que serão mais atrativos depois da crise (como as microfranquias home based e os negócios virtuais) podem ser boas ideias.

Quer saber o que os interessados em franchising buscarão depois da pandemia? Confira nosso estudo sobre o Impacto do coronavírus nos investimentos de franquias.

Porém, mesmo nestes casos, Luciana alerta a importância de investir de forma consciente: “Será preciso usar a criatividade e desenvolver parcerias para capacitar os seus franqueados sem grandes investimentos e desembolsos financeiros”.

Apoiar as finanças pessoais dos franqueados

Além de verificar a possibilidade de eliminar ou postergar o pagamento de royalties e outras taxas, os franqueadores também podem ajudar os franqueados oferecendo ferramentas e suporte em suas finanças pessoais.

Afinal, para que a operação se mantenha financeiramente viável, também é importante que o vida pessoal do franqueado esteja minimamente equilibrada.

“Penso que as franqueadoras têm um papel muito importante junto aos seus franqueados. Neste momento em que os franqueados viram os seus faturamentos nas unidades se reduzirem drasticamente e, em alguns casos, zerarem, essa situação afeta a vida pessoal”, reforça a especialista.

Luciana explica que, muitas vezes, promover treinamentos sobre o assunto e oferecer ferramentas que auxiliam o planejamento financeiro pessoal já pode ser um grande diferencial.

Como deve fica a relação com as finanças no pós-crise

A pandemia certamente vai mudar a gestão das empresas. E a forma como elas vão se relacionar com suas finanças também deve ser alterada.

Para Luciana, os empresários vão começar a dar muito mais atenção à gestão financeira do negócio, inclusive a alguns elementos que não eram tão valorizados antes  da crise.

“A atenção ao capital de giro, à ‘bancabilidade’, aos pequenos comprometimentos recorrentes que, quando somados afetam significativamente o fluxo de caixa, a situação financeira pessoal do franqueado, o investimento em ativos financeiros líquidos e pouco voláteis com rentabilidade mais interessante são grandes lições que essa crise deixa a todos”, finaliza.

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