Franquias de shopping: como as redes estão se preparando para a reabertura

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franquias de shopping como as redes estão se preparando para a reabertura
franquias de shopping como as redes estão se preparando para a reabertura

Os shoppings foram um dos primeiros empreendimentos prejudicados pela pandemia. Em meados de março, boa parte dos centros comerciais já estavam sendo fechados pelo país para retardar a propagação do coronavírus.

Com isso, muitas redes de franquias que atuavam dentro dos shoppings tiveram suas operações seriamente comprometidas nos últimos meses.

Porém, agora, com a possibilidade de flexibilização da quarentena, as franqueadoras começam a se preparar para a reabertura dos shoppings e retomada das vendas presenciais. Mas como fazer isso em um cenário que ainda é de instabilidade?

Conversamos com algumas redes de franquias que têm atuação nos shoppings para entender como elas estão encarando a reabertura e quais são as medidas implementadas para proteger franqueados, funcionários e clientes durante as compras.

Ações de higiene e limpeza

Como uma das principais atitudes no combate ao coronavírus, os protocolos de limpeza têm sido o foco das redes de franquias que pretendem retomar as operações nos shoppings.

Esse é o caso da Doctor Feet, marca especializada em podologia que tem 90% de suas unidades dentro dos shoppings.

Jonas Bechelli, fundador e presidente da Doctor Feet, comentou como a rede está se programando: “A assepsia, que sempre foi o nosso forte, será ainda mais supervisionada e cobrada. Também teremos medição de temperatura antes da entrada na loja e exigência de uso da máscara por nossos clientes”.

A aferição de temperatura e uso de máscaras também são medidas propostas pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).

Em nota à imprensa, a entidade divulgou um protocolo com mais de 20 orientações que devem ser adotadas pelas administradoras dos shoppings e lojistas como forma de tornar a retomada mais segura.

O material também sugere testagem de todos os profissionais que atuam nos shoppings, disponibilização de álcool em gel, controle de tráfego de pessoas, higienização das áreas de grande circulação a cada 3 horas e campanhas junto aos lojistas para reforçar a utilização de pagamentos por aplicativo.

Comunicação e posicionamento

Desde o início da crise, criar uma comunicação eficaz com a rede se mostrou indispensável para amparar os franqueados, manter a rede alinhada e se posicionar perante os consumidores e o mercado.

Agora, com a reabertura dos shoppings, a comunicação estratégica continua sendo fundamental.

Christian Neugebauer, diretor-presidente da Chocolateria Brasileira, relatou que a comunicação tem sido essencial para transmitir os novos protocolos para os franqueados e, assim, fazer com que se sintam seguros em reabrir as unidades em shoppings.

“Estamos em contato constante com nossos franqueados, informando-os e orientando sobre todas as medidas de segurança que devem ser adotadas no atendimento aos clientes”, explicou Neugebauer.

Assim como acontece com a Doctor Feet, a maioria das unidades da Chocolateria Brasileira estão em shoppings. Apenas 10% da operação se encontra em outros espaços.

Além de orientar os franqueados, as franqueadoras devem ter um bom plano de comunicação para divulgar a reabertura para o público.

A Mr. Fit, rede de franquias de alimentação saudável, está fazendo isso. De acordo com a CEO e fundadora da marca, Camila Miglhorini, a companhia vai intensificar as campanhas de marketing para comunicar o público sobre as ações criadas para a retomada.

“Acredito que é necessário que todos os lojistas adotem protocolos de proteção, mas principalmente que passem essa informação aos clientes”, diz a executiva.

A Doctor Feet deve seguir um caminho parecido: “Nossa marca já é reconhecida pela grande assepsia e cuidados com seu consumidor, e vamos intensificar a comunicação e a publicidade nesse sentido”, revela Jonas Bechelli.

Continuidade das ações de apoio

Quando os shoppings começaram a fechar, as redes de franquias precisaram interceder por seus franqueados negociando valores de aluguéis, reduzindo ou postergando a cobrança de taxas e criando novos caminhos para que os parceiros continuassem vendendo.

Mesmo com a reabertura dos shoppings, as franqueadoras devem manter algumas dessas ações de apoio.

A Chocolateria Brasileira, por exemplo, implantou rapidamente serviços de vendas online e delivery, e deve continuar investindo em canais digitais ainda que as lojas nos shoppings voltem a operar.

“Continuaremos a atender nos canais online, que se revelaram como formas eficientes de atendimento aos nossos clientes”, conta Neugebauer.

Expectativas para reabertura e expansão

De forma geral, os executivos entendem que a retomada deve ser gradual e será necessário reforçar a comunicação para gerar confiança no público e nos investidores, mas estão motivados e confiantes.

Eles acreditam que será preciso um esforço dos shoppings e o comprometimento dos lojistas com a limpeza e a proteção de seus clientes e funcionários para gerar a confiança que o consumidor precisa para voltar a frequentar os centros comerciais pouco a pouco.

O mesmo vale para a relação com novos investidores. Apesar do cenário de insegurança, as redes mantêm a expansão ativa e têm identificado bons resultados.

De acordo com Camila Miglhorini, a Mr. Fit, por exemplo, não sentiu queda na procura de interessados e até vendeu novas unidades durante a crise. E a executiva enxerga possibilidades animadoras para o pós-crise.

“Acredito que toda crise é uma oportunidade. É claro que tivemos uma queda no faturamento, mas conseguimos negociações melhores para futuras unidades, uma vez que os shoppings estão mais abertos a negociar”, conta.

Bechelli concorda. Para o presidente da Doctor Feet, o grande volume de pessoas em busca de novas formas de renda e a queda na taxa de juros deve impulsionar a expansão por franquias nos próximos meses.

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