Inspira, respira e não pira!

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Parece que desde que a pandemia começou, uma quantidade imensa de conteúdos – que já era grande – ficou ainda maior. Lives, cursos, mentorias, palestras, vídeos, textos e e-books. E junto com essa enxurrada de conteúdos veio também uma avalanche de culpa. A culpa de não dar conta de consumir tudo isso.

Eu não sei por aí, mas por aqui, desde que a vida mudou para o modo quarentena, tempo livre é algo que se tornou ainda mais escasso dado o acúmulo de funções. E quando escuto o jargão do “Agora que você tem mais tempo”, eu tenho vontade de parar e gritar bem alto: “Que tempo livre, meu amigo?”

Vivemos a era do conteúdo. Seja gratuito ou pago, vivemos num momento onde basta respirar para ser inundado por oportunidades de coisas para assistir, participar, ler, interagir e opinar. Tudo isso é muito legal, mas a linha que divide o que é saudável do que é tóxico nesse mundo de possibilidades é muito tênue.

Mas até aí, nenhuma novidade. O motivo de trazer este tema para cá é refletir sobre uma estranha e curiosa síndrome que tem tomado conta das pessoas em virtude dessa oferta desenfreada e dessa pressão por aproveitamento de tempo (sic) livre. Parece que se você não fez cinco cursos, duas mentorias, uma faculdade e participa de grupos – tudo online, óbvio – você é um tipo de ET pré-pandêmico não adaptado que vive no ócio.

Graças a Deus as conferências existem, elas viabilizam o trabalho de milhões de pessoas todos os dias. Mas já existem diversos estudos falando sobre um tipo de esgotamento físico e mental causado pelo excesso de telas e conexão. E por isso, quando elas terminam, tudo o que eu não quero é me sentir na obrigação de me conectar mais.

Eu tenho chamado esse comportamento de “Síndrome de Hiper Produtividade” e quando explico do que se trata, as pessoas logo se identificam. E todas, sem exceção, se identificam com uma expressão de tristeza e desânimo, como se fossem a imagem do fracasso.

Gente, se libertem! Usem a virtualização e a disponibilidade de conteúdos como algo bom, não como uma competição de que quem absorve mais. Até porque, sinceramente, desde que o mundo é mundo a gente sabe que quantidade e qualidade são coisas bem diferentes. Parem de se cobrar tanto, o mundo já está complicado demais sem você ter que bater recorde de aula online.

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