A pandemia de coronavírus obrigou as franquias brasileiras a ajustar vários aspectos operacionais e estratégicos, e o marketing também precisou se adaptar para essa nova realidade.
No entanto, como está acontecendo com várias ações implementadas para driblar os efeitos da crise, a tendência é que as mudanças sofridas pelo marketing permaneçam mesmo depois que a Covid-19 não for mais uma ameaça tão grande no país.
Neste artigo, exploramos alguns aspectos do marketing que foram transformados pela pandemia e que devem permanecer mesmo no pós-coronavírus.
Times e orçamentos reduzidos
De acordo com a pesquisa Tendências e Comportamento de Marketing no Brasil 2020, realizada pelo LinkedIn com profissionais do setor, a redução drástica de orçamento foi um dos impactos imediatos da crise.
Apontado como maior desafio do momento, o corte de investimentos em marketing foi apontado por 73% dos entrevistados. A redução de equipes aparece em segundo lugar na pesquisa e foi lembrada por 58% dos profissionais.
Embora a recuperação econômica possa fazer com que as redes de franquias voltem a ter mais recursos para novas contratações, a tendência é que os times permaneçam pequenos.
Depois de qualquer crise, as empresas passam a se preocupar mais com a redução de custos e, por isso, elas devem manter os orçamentos menores e as equipes mais compactas.
Porém, para que esse esquema funcione bem a longo prazo, é essencial que as companhias se preocupem em ter ferramentas que reduzam a incidência de erros – e, consequentemente, minimizem investimentos errados e desperdícios de verba – e também tenham uma gestão humanizada, que priorize a satisfação e retenção de seus profissionais.
Destaque para os conteúdos virtuais
Não há dúvidas de que o marketing será mais digital do que nunca no pós-crise, mas tudo indica que alguns formatos de conteúdo vão ganhar ainda mais notoriedade.
A pesquisa realizada pelo LinkedIn aponta que o foco dos profissionais de marketing para os próximos meses são os investimentos em: podcasts (90%), webinars (83%), parcerias com influenciadores (80%), exibições online (74%), redes sociais pagas (67%) e vídeos online (64%).
Os tipos de conteúdo offline, como mídia externa e eventos presenciais, tiveram quedas drásticas de 67% e 78%, respectivamente.
A preferência pelos conteúdos virtuais faz bastante sentido, uma vez que a internet se tornou o principal canal de informação e relacionamento em um momento de distanciamento social.
Como as mídias digitais costumam ser mais econômicas do que as tradicionais e permitem um acompanhamento de resultados muito mais assertivo, escolhê-las também é bastante coerente com o novo cenário de orçamento limitado e times enxutos.
Aceleração da transformação digital
Os desafios provocados pela pandemia também forçaram muitas redes de franquias a acelerar o processo de transformação digital.
Rapidamente, foi preciso ajustar a cultura, ferramentas e mentalidade dos profissionais para uma realidade em que a tecnologia faz parte do trabalho, e isso também atinge o setor de marketing.
A transformação digital deve permitir que as companhias enfrentem menos problemas com adoção de modelos como o home office e também favorecer a inclusão de novas ferramentas que podem ser bastante úteis para o time de marketing.
Soluções baseadas em inteligência artificial, análise de dados e realidade virtual, por exemplo, podem ser incorporadas nas estratégias com mais facilidade se a companhia já tiver passado pela transformação digital.
Abordagens objetivas e empáticas
Não há dúvidas de que o comportamento do consumidor também mudou muito por causa da pandemia.
Entre essas mudanças estão a preferência por compras e consumo de informações pela internet, a maior preocupação com o bem-estar e a saúde e o desejo de conseguir soluções rápidas e pontuais para os problemas.
E como o marketing é feito para o cliente, é obvio que precisa se reinventar para continuar se comunicando e atendendo os novos desejos e necessidades do público.
De acordo com o relatório, 51% dos profissionais de marketing adaptaram o conteúdo para uma abordagem mais racional e objetiva e 33% precisou recorrer a um viés mais empático e emocional.
Com os ajustes de tom de voz e posicionamento, o marketing está buscando formas de se aproximar ainda mais do consumidor, entender suas novas dores e atender os novos desejos que surgiram por conta do coronavírus, mas que devem permanecer por um bom tempo em seu comportamento.