O franchising é um modelo de negócio no qual a franqueadora cede os direitos de marca e o seu conhecimento técnico para que o franqueado tenha a chance de replicá-lo em sua própria unidade. Para isso, cabe ao franqueado pagar alguns valores para o franqueador.
E é comum que que o franqueado se pergunte quais pagamentos deve repassar e porquê.
Se você também tem essa dúvida, confira uma explicação objetiva do porque essas taxas devem ser pagas e a importância que elas terão no seu negócio.
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O que o franqueado paga ao franqueador?
Quem já pesquisou o mercado de franchising encontrou algumas cobranças de taxas comuns entre as redes de todos os segmentos e modelos de atuação.
Geralmente, as franqueadoras cobram três taxas básicas dos franqueados, que são: as taxas de valor inicial da franquia, os royalties e a taxa de publicidade. Os dois últimos são pagos mensalmente e são um percentual da receita bruta ou um valor pré-estabelecido em contrato.
Bianca Zeitoun Oglouyan, fundadora da TEAR Inovação e Expansão, que atua em expansão de negócios de varejo e empreendimentos comerciais, explica o motivo das marcas cobrarem uma taxa inicial dos investidores. “A taxa inicial de franquia remunera a transferência de know-how, o uso da marca e dos treinamentos iniciais. Por conta disso, ela é paga na assinatura do pré-contrato ou no contrato”, afirma.
Já em relação aos royalties, a especialista afirma que eles remuneram a continuação do uso da marca e da transferência de know-how, treinamentos contínuos, desenvolvimento de produtos e serviços e a inovação permanente da rede.
Outra cobrança comum das franqueadoras é o chamado fundo de propaganda. Essa é uma taxa que retorna para a unidade franqueada, visto que é utilizada para que a marca invista em profissionais e estratégias para atrair novos clientes. “Este valor é pago para a franqueadora, que deve prestar contas e demonstrar em que investiu para alavancar a marca: mídias sociais, campanhas off e online, assessoria de imprensa, relações públicas, etc”, conta Bianca Zeitoun Oglouyan.
Isenção de taxas de royalties e publicidade
Vale destacar que nem todas as taxas citadas acima são cobradas por todas as franqueadoras, pode acontecer de algumas delas isentarem parte desses valores, ou até mesmo criarem ações sazonais para atrair novos investidores.
Essa estratégia foi bastante utilizada pelas marcas durante a crise econômica no país, causada pela pandemia, em que muitas franquias isentaram as taxas de publicidade e royalties para contribuir com a lucratividade dos seus franqueados.
Há também redes que não cobram esses valores nos primeiros meses de atuação da franquia de forma permanente.
Importância do repasse para a franqueadora
Por mais que muitos franqueados enxerguem os valores repassados para a franqueadora como um custo, é através da arrecadação desses valores que a companhia se prepara para oferecer treinamento, suporte, estrutura e profissionais especializados para ajudar o franqueado no desenvolvimento do seu negócio.
Segundo Bianca, os royalties, por exemplo, são muito importantes para a sustentabilidade da rede. “O pagamento dessa taxa é determinante para a manutenção de pesquisa e desenvolvimento, logística e de outros elementos para que a franqueadora sempre busque inovar e crescer, se fortalecer e se manter à frente da concorrência”, explica.
Considerando que a relação de franqueado e de franqueador é de cooperação e crescimento mútuo, o pagamento de taxas à matriz é tão importante quanto o recebimento de informações, materiais e apoio por parte do franqueado.
Tendo isso em mente, é fundamental se informar bem sobre todos os valores que devem ser pagos à franqueadora, saber qual é a periodicidade desses pagamentos e também como eles são aplicados.
Certifique-se de que as suas dúvidas sobre quanto um franqueado deve pagar à franqueadora estejam solucionadas pela companhia e de que os detalhes desses pagamentos estão registrados no seu contrato de aquisição da franquia.