Precisamos falar do pós-pandemia

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De habituais usuários das ruas, calçadas, festas, bares e restaurantes, shows, escolas e faculdades, escritórios, passamos a estar em confinamento dentro de nossas próprias casas. Em um primeiro momento vi muitos mostrarem sintomas de estresse, medo, angústia e aflição e, agora, parece que essa fase passou cedendo lugar ao pensamento recorrente de incertezas. O que virá a seguir?

Por não ter respostas para tudo, muitas pessoas têm feito do isolamento social um gatilho para explorar mais e mais assuntos pessoais, desejos e planos para um mundo que mudou completamente — e de todas as formas. Nesse turbilhão de acontecimentos muitas fobias parecem que vão ganhar espaço.

Muitas delas vem junto com uso massivo das redes sociais. O brasileiro já era assíduo das plataformas, mas agora migrou de vez. Segundo um estudo feito pela consultoria Kantar, apenas durante os dias 14 e 24 de março, no Brasil, redes como Facebook, Instagram e WhatsApp cresceram cerca de 40%.

Vimos muitas lives, compartilhamentos, stories etc. Além disso, o uso de aplicativos como o Zoom também foi enorme, seja para trabalhar, assistir a shows ou acompanhar uma aula de Yoga, o app ganhou um espaço importante, porém, que merece cuidado e atenção.

Esgotamento mental, emocional e fobias

Muitos especialistas têm reforçado que nosso cérebro realmente fica cansado após horas e horas em frente a telas de computador e celular. Imagine isso somado a uma tela com várias pessoas falando ao mesmo tempo. O Zoom tem sido ferramenta necessária, mas é fundamental usá-lo com cautela para não causar tanto desconforto e cansaço mental.

Indo além, algumas síndromes como a agorafobia, fobias sociais e obsessão estão previstas para aparecerem em grande quantidade daqui para a frente. Tudo como consequência do medo instalado de contrair o vírus, passar para amigos e familiares e, infelizmente, encarar um óbito.

As pessoas passarão a pensar mais se realmente vale a pena ir naquele parque, ou jantar num restaurante, e até mesmo ir às compras para o Natal em um shopping. E os aviões? Como será viajar com tudo isso acontecendo? São apenas alguns exemplos.

Por isso, precisamos conversar bastante sobre o “novo normal” e o pós-pandemia, para que todos se sintam na mesma linha, no mesmo andar. Lembrar que “você tem que ser produtivo”, “não durma o dia inteiro”, “pare de ver notícias”, entre outros, são apenas alguns dos conselhos que devem ser reformulados.

O que pode ser feito

Para começar, o primeiro passo é identificar por qual ou quais problemas a pessoa está passando, detectando os sintomas e de que forma o individuo está conseguindo lidar com toda a situação. Nesse momento, por exemplo, são levados em conta questões como:

  • Horário de atividades diárias (como a hora que se levanta, vai dormir, consegue trabalhar);
  • Apetite alterado ou não;
  • Motivação para fazer atividades simples e complexas;
  • Possíveis fobias adquiridas nesse período;
  • Possíveis transtornos de ansiedade.

Com algumas dessas respostas em mãos, é hora de pensar no melhor caminho a seguir, para que nem o lado profissional tampouco o pessoal fiquem prejudicados ou em “segundo plano”. E mesmo enfrentando um momento difícil e de poucas respostas, é possível montar uma cronograma para que a vida, em si, não pare — mas, tudo feito de maneira diferente, respeitando o novo normal.

No trabalho

A produtividade foi um dos fatores mais em destaque logo quando começamos o período de confinamento. Ouvimos muito o “seja produtivo”, “continue atuando fortemente na sua carreira”, “não pare de trabalhar, se puder”, entre outras frases.

Porém, vamos a um fato: muitos de nós têm trabalhado mais do que antes, mas produzido menos. Por quê? A resposta é simples: estamos tentando entender e digerir tudo o que é visto todos os dias, e não tem sido fácil.

Uma dica importante é começar o dia fazendo uma lista de prioridades, separando um tempo para realizar cada uma das tarefas e ir tocando tudo da forma mais tranquila possível. Deixar o celular no silencioso e evitar as redes sociais e sites de notícias também é fundamental.

Em casa

Não é porque a pessoa está em casa que tem que passar o dia todo de pijama. O ideal é acordar, tomar um banho, se alimentar e checar o que precisa ser feito no dia: cuidar das crianças, das plantas, passear com o cão, ir ao supermercado, fazer uma call com a família etc.

Tentar se exercitar minimamente também faz uma grande diferença. O corpo se sente mais motivado e descansado, além de liberar toxinas que ajudam no acumulo de estresse e mau-estar. Porém, como tudo, nada disso tem que ser regra, mas sim algo para preencher o tempo e cuidar de si.

E naqueles dias em que realmente as coisas estão mais difíceis, não há problema em simplesmente ficar introspectivo, assistindo a vídeos, filmes ou séries, ou lendo um livro sem tempo para acabar. A vida no novo normal tem uma coisa só a exigir: desacelere.

Veja o quadro da produtividade e aplique na sua vida.

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