Para os empreendedores, o sonho de operar em outro país é comum e quase unânime, uma vez que a internacionalização evita a sazonalidade regional, valoriza o negócio perante o setor e sob seus concorrentes, possibilita a vantagem de ganhar em escala, conhecer novos produtos e serviços e ampliar o networking em um mercado distinto do que se está acostumado. Com um bom planejamento tributário, é possível conciliar os impostos e ser bem competitivo, além de ter a possibilidade de alcançar linhas de crédito bem vantajosas, inclusive trabalhando com a situação cambial.
No entanto, engana-se quem pensa que basta ter uma boa ideia para sair do Brasil. É preciso ter uma visão ampla do projeto, deixando de lado o limite de fronteiras, entender como funciona a atividade aonde se deseja trabalhar, o público-alvo que quer atingir, ficar atento no contrato social e com fornecedores, estudar as regras da relação empregatícia e dominar questões culturais, econômicas, regulatórias e jurídicas para o crescimento saudável da companhia.
Em outras palavras, os empresários devem montar um minucioso planejamento estratégico que o ajude a consolidar a marca fora do seu país de origem. É importante ter em mente quais os gastos que envolvem esse plano de expansão, levando em consideração o capital de giro necessário para manter o negócio ativo até que seja possível atingir o ponto de equilíbrio. Indico um acréscimo de 30% a 40% em cima do orçamento para a implementação da rede no exterior.
Muita gente encontra nos Estados Unidos, principalmente na Flórida, uma chance de mudar de vida. Conhecida historicamente pelo mercado promissor, a região conta com a estabilidade da moeda americana, a simplicidade da legislação e com um clima que se assemelha ao tropical. Ter uma parte das operações no país, faz com que os empreendedores não sofram tanto as consequências dos maus movimentos econômicos do Brasil, mas é necessário entender as particularidades.
Apesar de extremamente promissor, o mercado americano exige uma organização financeira cautelosa. O dólar é uma moeda forte, mas igualmente imprevisível, já que pequenos fenômenos às vezes ganham uma repercussão enorme e atrapalham os planos. Busque por parceiros para apoiar a sua decisão de internacionalização e tenha uma reserva para casos de imprevisto. Na América não existe o famoso “jeitinho brasileiro” de encarar os problemas.
Contar com o auxílio de assessorias especializadas para obter determinados parâmetros e evitar erros durante a tentativa de estabelecer a sua primeira loja ou filial fora do Brasil é o melhor conselho que tenho para hoje. Como a abertura de uma empresa no exterior não garante a residência da pessoa no novo país, muitas vezes os brasileiros se esbarram nas questões imigratórias e encontram dificuldades na hora de dar andamento aos procedimentos.
Inegavelmente o comércio exterior é um desafio e tanto, mas independentemente do tamanho da sua marca, comece a pensar globalmente! Tenha capacidade de adaptação e muito foco, porque uma coisa eu garanto: quando a pandemia da Covid-19 passar, o mais arriscado no “novo normal” será não se internacionalizar. O momento é oportuno para tirar os sonhos do papel e fazer acontecer. Saia na frente quando o mercado retomar!