Feiras virtuais se fortalecem no setor de franquias e negócios

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feiras virtuais de franquias
feiras virtuais de franquias

O setor de eventos presenciais foi um dos mais impactados pelo coronavírus no país.

Uma pesquisa feita pelo Sebrae em abril apontou que 98% deste mercado foi afetado pela pandemia, e a maioria das empresas do segmento identificou perdas de 76% a 100% no faturamento, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Suspensos desde março e ainda sem uma previsão concreta para a retomada, os encontros presenciais voltados para o universo de franquias e negócios precisaram se reinventar para sobreviver durante esse momento de distanciamento social.

Com isso, as feiras virtuais estão se fortalecendo no setor como uma oportunidade de manter a expansão ativa e gerar novos negócios pela internet.

Nesta matéria, conversamos com executivos que estão atuando nos bastidores dos eventos digitais e com marcas que participaram desses encontros para entender como funcionam e se vale a pena apostar neles.

Como funcionam as feiras virtuais

Para os interessados em fazer bons negócios, a dinâmica das feiras virtuais é bem semelhante ao modelo presencial.

Antes do encontro, os candidatos podem conhecer as redes e escolher aquelas que estão mais alinhadas com o tipo de negócio que buscam – de acordo com características como segmento de atuação, modelo de franquia, valor de investimento e suporte oferecido.

Depois, agendam reuniões com as marcas que mais chamaram a atenção para conversar sobre as propostas de cada franquia.

É neste modelo que a Feira Virtual de Franquia (FVF) vem operando.

Idealizada por Ricardo Branco, diretor executivo da FVF, e Henrique Mol, fundador e presidente da holding Encontre Sua Franquia, a iniciativa conecta marcas e interessados em adquirir uma franquia através de videoconferências com horário marcado.

Gratuita para os candidatos, a FVF já teve quatro edições desde julho. A última contou com cerca de 45 expositores, e há previsão de pelo menos mais oito encontros até o fim do ano.

Apesar de ser totalmente digital, as edições da Feira Virtual de Franquia são direcionadas para praças específicas, como forma de direcionar a captação de interessados e ajudar as franqueadoras a encontrar cidades com potencial para expansão.

Vale a pena participar de uma feira virtual de franquia?

O cenário de distanciamento social e a criação de eventos virtuais têm feito muitas redes se perguntarem se realmente vale a pena participar das feiras.

Para te ajudar a fazer essa avaliação, levantamos alguns prós e contras do modelo digital.

Vantagens das feiras virtuais

“Logo de início podemos comentar sobre a economia que se gera. Neste modelo não há gasto com estrutura: contratação de promotoras, brindes, hospedagem, alimentação e outros custos do tipo”, explica Ricardo Branco.

Henrique Mol, líder da holding que já fechou 8 negócios através da FVF, complementa exemplificando como a economia pode ser significativa, principalmente em tempos de crise: “muitas vezes, o investimento gasto em uma única feira presencial paga um ano inteiro de participação no formato virtual”.

Os executivos também apontam a economia de tempo, uma vez que não há necessidade de investir na montagem e desmontagem de stands, organização dos ambientes de atendimento e deslocamento de equipes, por exemplo.

Mas talvez a vantagem mais importante seja a possibilidade de as franquias continuarem buscando novos franqueados, mesmo enquanto os eventos presenciais estão suspensos.

Patrick Ramos, gerente de franquias da Fini, falou sobre a importância de seguir fomentando negócios: “Tivemos que nos adaptar e pensar em formas para nos reinventar. Participar de uma feira virtual foi uma grande oportunidade de estarmos presentes virtualmente em diversos estados e continuar apresentando nosso modelo de negócio”.

Quem também vê muitos benefícios nesta dinâmica é a Brasil Nutri Shop, que já fechou 3 negócios por meio da FVF.

“Nossos negócios são virtuais, o que nos motiva a procurar e acreditar em outros formatos de interação online. O custo de uma feira na internet é menor e a praticidade maior”, reforça Viviane Menosso Ribeiro Batista, analista de conteúdo da companhia.

Há ainda a oportunidade atender os interessados com segurança, comodidade e sem restrição geográfica – o que pode maximizar o retorno de leads obtidos com a participação.

A feira virtual já virou realidade na expansão das nossas marcas

– Henrique Mol

Desafios dos eventos digitais

As feiras virtuais têm particularidades que podem representar desafios para algumas franqueadoras, principalmente no que diz respeito à tecnologia.

Marcas e investidores que nunca utilizaram as plataformas de videoconferência podem precisar de algum suporte para operá-las corretamente.

Para garantir a segurança e a qualidade, é fundamental que a organizadora do evento invista em ferramentas que possam proteger os dados, evitar invasões nas conferências e manter a estabilidade das transmissões mesmo quando houver muitos acessos simultâneos.

A falta de contato físico também pode representar um desafio para as franqueadoras, e é necessário que elas criem boas estratégias para manter a clareza e proximidade na comunicação, mesmo estando distante.

Ultrapassando-se esse obstáculo, os resultados podem ser bastante positivos.

“Mesmo não tendo o contato presencial com os potenciais franqueados para apresentação das oportunidades, essa está sendo uma oportunidade de networking e de fazer um atendimento personalizado e ‘próximo’ com a abordagem alto astral, dinâmica e transparente que a Fini oferece”, comenta Patrick Ramos.

Como preparar sua franquia para participar de uma feira virtual

Assim como acontece nos eventos presenciais, é recomendável que as franquias que participam dos encontros digitais desenhem estratégias para captação e conversão de interessados antes e depois do evento.

Para começar, ao decidir participar de uma feira de franquias pela internet, a franqueadora deve planejar como será a sua participação. Para isso, é importante definir:

  • O tempo máximo de cada reunião;
  • Quem serão os profissionais responsáveis por encabeçar as reuniões e se eles precisam de algum treinamento específico para operar as plataformas;
  • Quais são os materiais (como e-books, slides e vídeos) que podem ser utilizados antes, durante e depois da conferência;
  • Quais as ferramentas e estrutura necessárias para viabilizar a participação (notebooks, câmeras e microfones, por exemplo);
  • Como a marca vai divulgar a participação na feira;
  • Como será a estratégia de nutrição de leads

Ricardo aproveita para dar uma dica para as franqueadoras sobre como iniciar o relacionamento com os participantes: “a nossa recomendação é que a equipe de expansão entre em contato com cada interessado e comece a estabelecer um relacionamento, enviando material e iniciando a apresentação do negócio. Desta forma, conseguirá conduzir a reunião virtual de forma mais assertiva, ou até mesmo antecipar uma possível conversão”.

Feiras virtuais são tendência no pós-crise

Embora as feiras virtuais tenham se fortalecido por conta do cenário de distanciamento social, os executivos do setor as enxergam como tendência para o pós-pandemia.

“A transformação digital já tem nos acompanhado ao longo dos últimos anos e, agora, no período que estamos vivendo, sabemos que esse modelo e as novas oportunidades que ele traz chegaram para ficar”, comenta o gerente da Fini.

Além do maior investimento em digitalização, com foco em economia, agilidade e assertividade no processo de expansão, a consolidação das feiras virtuais também deve atender mudanças nos hábitos do investidor.

Ricardo afirma: “as pessoas já não querem mais ficar em pavilhões por 4 dias, gastando rios de dinheiro, enfrentado trânsitos absurdos e os resultados não aparecerem. A pandemia mostrou que é possível conseguir ótimos resultados com as feiras virtuais e ainda poupar tempo e dinheiro”.

De fato, esse é um momento de transformação em muitos aspectos, e as franquias que souberem aproveitar essas mudanças e identificar quais delas devem permanecer em suas estratégias devem sair ainda mais fortes da crise.

“A tecnologia nos traz grandes benefícios e ela vai continuar avançando ainda mais daqui para frente”

– Ricardo Branco

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