Como ajudar os franqueados a cuidar da saúde mental diante da pandemia

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como ajudar os franqueados a cuidar da saude mental diante da pandemia

A pandemia causada pela Covid-19 não mexeu apenas com o bolso das franqueadoras e franqueados, mas também com o psicológico.

A insegurança e angústia com o desenrolar da crise têm afetado muito a vida pessoal e profissional dos brasileiros, e pode ser necessário buscar um amparo externo para processar esse momento.

Nesse sentido, a franqueadora tem um papel importante: as marcas podem orientar, apoiar e fornecer ferramentas que ajudem os franqueados a cuidar melhor da saúde mental durante esse período.

Conversamos com as psicólogas Fabiana Alves e Cintia Sanchez para entender como as companhias podem prestar esse suporte.

A importância de uma postura humanizada e empática diante da crise  

O primeiro passo para amparar os franqueados neste momento é compreender como a pandemia pode prejudicar a saúde mental dos empresários.

“Considerando que somos seres sociais, ou seja, nos constituímos na relação com o outro, o isolamento e as medidas de distanciamento social suscitaram uma gama de emoções complexas e densas”, diz Fabiana Alves, psicóloga e analista técnica na MAPA Avaliações.

De acordo com ela, diante da ameaça do coronavírus, as pessoas tendem a se sentir mais vulneráveis, tristes e estressadas. Esses sentimentos afetam, inclusive, o âmbito profissional.

Com a saúde mental prejudicada pelos acontecimentos recentes, os franqueados se tornam mais estressados, ansiosos e pouco produtivos. E isso, em algum momento, também vai impactar o negócio.

O sentimento de desesperança e baixas expectativas em relação ao futuro, aliado ao cenário extremamente desafiador, pode culminar em uma queda na performance e no fracasso da franquia.

Por isso, estar atento à saúde mental dos franqueados é uma questão fundamental para uma gestão humanizada e inteligente.

“Os colaboradores e franqueados dão movimento à organização. Dessa forma, cuidar da saúde mental deles é prevenir um colapso no sistema. À medida que se sintam assistidos e cuidados, há uma tendência ao engajamento e motivação para desempenhar bem as funções e tarefas, apesar da crise”, confirma Fabiana.

Postura dos líderes é fundamental

Prestar suporte aos franqueados é um dos deveres das franqueadoras. Mas nem todos os parceiros podem se sentir confortáveis o suficiente para compartilhar seus problemas, principalmente quando eles estão ligados à aspectos mais íntimos, como a saúde mental.

Tendo isso em mente, é fundamental que a franqueadora se posicione de uma forma acessível e acolhedora. E, para atingir esse objetivo, os líderes devem ser os primeiros a adotar essas condutas.

“Uma liderança responsável e comprometida pode contribuir com uma postura mais acessível e empática junto ao time, possibilitando um canal de comunicação aberto e que enxerga as pessoas com todas as dificuldades e particularidades que essa situação pode trazer”, explica Fabiana.

Esses canais de comunicação podem ser os mesmos que a rede já utilizava antes da pandemia, como videoconferência, intranet, e-mail, telefone e WhatsApp, por exemplo.

Também é importante que os profissionais da franqueadora que estão diretamente ligados aos franqueados sejam orientados a ter uma visão analítica sobre o comportamento dos parceiros.

As psicólogas listam autoconfiança, ansiedade, falta de esperança, dificuldade em manter o bom humor e o jogo de cintura para lidar com problemas como fatores de atenção.

“Os gestores precisam estar atentos as mudanças de humor, identificar queda na produtividade, sinais de irritabilidade ao resolver os problemas ou falta de atenção ao realizar as atividades. Ao identificar os sinais o gestor pode conversar individualmente sobre a possibilidade de apoio emocional, ou elaborar um comunicado geral sobre a importância dos cuidados com a saúde mental”, sugere a Dra. Cintia Sanchez, professora do curso de Psicologia da Universidade São Judas Tadeu.

A identificação desses fatores é o primeiro passo para entender se o apoio da franqueadora basta ou é necessário indicar amparo médico para o franqueado.

Ações que podem ser implementadas pelas franqueadoras

Além de ter canais de comunicação seguros e uma liderança humanizada, as especialistas também citara outras ações que as marcas de franquias podem criar para ajudar a cuidar da saúde mental dos seus franqueados.

Atuar como fonte de informações

Franqueadoras devem manter o contato frequente com os líderes das franquias, tanto para compreender quais estão sendo suas maiores dificuldades e necessidades, quanto para informá-los.

Levar informações sobre as medidas de segurança e higiene, posicionamento da franqueadora e também sobre os sintomas típicos das doenças mentais é indispensável.

Manter momentos de celebração

As especialistas recomendam que as franqueadoras estimulem algumas comemorações, apesar do momento delicado.

Cintia dá a dica: “É importante proporcionar momentos de descontração nas videoconferências com a possibilidade de uma conversa informal, vincular informações positivas sobre o desempenho econômico da empresa e organizar rodas de conversa que possibilitem aos colaboradores momentos de reflexão e acolhimento aos seus sentimentos”.

Incentivar a busca por alternativas

Os canais de comunicação também podem ser utilizados para receber sugestões de estratégias dadas pelos franqueados.

Além de ter um ponto de vista diferente da crise, os parceiros podem ajudar a propor e discutir medidas inovadoras para enfrentar a pandemia.

Criar programas de desenvolvimento

Ao desenvolver treinamentos de capacitação e atualização, a franqueadora estimula os franqueados se manterem ativos durante a quarentena e se prepararem para a retomada.

Além disso, a psicóloga explica que incentivar os estudos ajuda a elevar a autoestima e fomentar a esperança e a confiança dos franqueados.

Investir em ações solidárias

Muitas redes de franquias estão investindo em ações solidárias como forma de ajudar a refrear o avanço do coronavírus.

Esse tipo de atitude é benéfica também para os franqueados, já que essas ações não só contribuem para auxílio do próximo, mas também trazem sensação de bem-estar pessoal.

As especialistas contam que, ao incluir os franqueados em campanhas de solidariedade, as franqueadoras promovem uma sensação de ser útil e de ajudar o outro. E isso ajuda a manter a esperança em uma reorganização do futuro.

“As relações e trocas ajudam no entendimento de que não estamos só e que quando essa sensação surgir, podemos contar com as pessoas ao redor”, finaliza Fabiana.

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