Franchising fatura R$ 167 bilhões em 2020 e prevê crescimento de 8% neste ano

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dicas dos executivos do franchising para 2021 expansao
dicas dos executivos do franchising para 2021 expansao

A Associação Brasileira de Franchising (ABF) realizou nesta quarta-feira (03) uma coletiva de imprensa para divulgar o balanço das franquias em 2020.

De acordo com a entidade, ao longo do último ano, o setor de franquias faturou R$ 167,1 bilhões. O número representa uma queda de 10,1%, em comparação com 2019, quando o faturamento do franchising chegou a R$ 186,7 bilhões.

Apesar da redução na receita geral, o mercado vem dando sinais de recuperação acelerada.

No quarto trimestre do ano, as franquias faturaram cerca de R$ 53,9 bilhões, uma crescimento de 22,8% sobre o terceiro trimestre de 2020.

De acordo com Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), um dos motivos para os resultados positivos no fim do ano foi a recuperação econômica: “O quarto trimestre foi o momento onde tivemos uma melhora na pandemia, com abertura de setores e horários de funcionamento. Também houve aumento no volume de empregos e de renda da população”.

André Friedheim, presidente da ABF, também acredita que o fator de adaptação do franchising contribuiu para a redução nos prejuízos. “Aprendemos muito rápido durante a pandemia. Criamos novos canais de vendas, novos produtos e modelos de negócio, e isso também resultou na recuperação do setor no quarto trimestre de 2020”, afirmou o executivo.

Durante o ano passado houve um percentual de 6,6% de aberturas de franquias e 9,2% de fechamentos, o que fez com que o setor fechassem 2020 com um saldo de -2,6% de unidades. Houve ainda uma taxa de 2,5% de repasses.

No total, a ABF identificou 156.768 operações ativas em 2020 contra 160.958 no ano anterior.

Apesar do resultado negativo, os especialistas que participaram da coletiva consideraram as perdas pequenas, quando comparadas com outros indicadores. Uma das métricas apontadas foi o PIB, que despencou 4,1% no mesmo período.

“De fato, alguns empreendedores não conseguiram atravessar um período tão longo de adversidade, mas notamos um imenso esforço das redes para manter suas operações, negociando ou suspendendo taxas e ajudando os franqueados a buscarem alternativas de redução de custos e faturamento. Em outros casos, o negócio foi repassado a um empresário mais capitalizado, uma opção muito importante para a perpetuação de negócios e empregos. Um acesso a crédito mais facilitado e a melhoria geral do ambiente de negócios nos ajudaria a manter ainda mais unidades e, portanto, a geração de empregos, renda e impostos”, explicou Friedheim.

Também foi notada uma diminuição de 8,6% no número de redes operando no franchising. O total de marcas que trabalham com modelos de franquias passou de 2.918 para 2.668 em 2020.

Apesar disso, Marcelo Cherto, do grupo Cherto, que também estava presente na coletiva, considera o movimento interessante: “Vejo um lado positivo da redução no número de redes. As que ficaram estão se fortalecendo e estarão muito melhor preparadas para um nova crise”, opinou.

Resultados setoriais e a mudança de hábitos dos consumidores

Os setores mais afetados pelo ano atípico de 2020, na lucratividade das franquias, foram os de hotelaria, turismo e entretenimento, principalmente por conta da proibição de algumas atividades, como viagens, shows, cinemas etc.

Segundo o estudo da ABF, as franquias de turismo tiveram perda de 49,8% no faturamento, em comparação à 2018. Em seguida aparecem as franquias de entretenimento e lazer, com uma queda de 29%.

Por outro lado, alguns outros setores conseguiram se adaptar à realidade e aos novos hábitos de seus consumidores. Com isso, conseguiram se manter, e até mesmo ter lucratividade.

O nicho de franquias de casa e construção registrou alta de 12,8%. Outro exemplo de crescimento são as marcas saúde, beleza e bem-estar, com aumento de 3,1% na receita.

Perspectivas para as franquias em 2021

As perspectivas é que o ano de 2021 recompense os aspectos negativos que o ano anterior causou.

A ABF projeta um crescimento de 8% no faturamento das franquias, com relação à 2020. A ainda há previsão de que o número de unidades aumente em 5% e o volume de redes em 2%. Também há a expectativa que o franchising gere uma alta de 5% no número de empregos diretos em 2021.

Contudo, é preciso ficar atento ao cenário de pandemia e de crise.

“Lidar com as instabilidades, é uma situação comum no Brasil. O ano de 2021 também será  desafiador no franchising, mas a expectativa é que seja mais produtivo do que em 2020”, finalizou Marcelo Cherto.

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