Muitos brasileiros já pensaram em abrir uma empresa para realizar os seus sonhos mais rapidamente e encurtar o caminho até a independência financeira.
Entretanto, um dos passos para tornar esse plano possível é um bom planejamento financeiro. Afinal, para que o negócio siga por um caminho de sucesso é fundamental organizar suas finanças.
Mas como e por onde iniciar essa organização?
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É o que abordaremos ao longo desse texto com a participação de Mauricio Galhardo, head da F360 Educa, que é uma plataforma que tem como principal objetivo apoiar empreendedores na jornada da gestão financeira do negócio por meio de soluções em uma plataforma web.
Estruture seu negócio mentalmente
Para Mauricio Galhardo, um dos primeiros passos para abrir uma empresa é estruturá-la mentalmente.
Na prática, isso significa que o empreendedor deve começar a imaginar como a operação vai funcionar, quais serviços ou produtos pretende comercializar, quem será seu público e o que ele almeja com o negócio.
“Antes de começar a investir num futuro empreendimento, o primeiro passo — impreterivelmente — é fazer um plano de negócios. Aqui me refiro à criação das premissas para entender como a empresa será: que produtos ou serviços vai oferecer, para que público, a que preço, em que condições financeiras, quanto em estoque será necessário, entre muitos outros detalhes que envolvem um negócio”, afirma Galhardo.
O especialista da F360 explica que fazer essas perguntas poderá evidenciar os possíveis problemas que você poderá ter e, com isso, se entenderá se há ou não condições financeiras de abrir uma empresa.
Junte o valor do investimento
O passo seguinte é calcular o quanto será necessário para tirar seu sonho do papel. Nesse momento é importante calcular todos os custos de abertura para evitar imprevistos.
“R$ 10 mil será uma boa reserva? Ou R$ 30 mil? Qual o montante necessário para esta reserva? Em que será utilizado, em que condições? Descobrir em cima da hora que faltou dinheiro para algo pode custar muito mais caro para o negócio e para a vida do empreendedor”, explica Galhardo.
É importante destacar que, se optar por empreender sozinho, alguns custos inesperados podem surgir. Por conta disso, ter um valor extra é mais seguro.
Mas se seguir pelo caminho do franchising, por exemplo, ele consegue estimar melhor qual é o valor necessário para abrir a franquia, pois a franqueadora tem experiência de sobra e deve abordar todos os custos na negociação de compra da unidade.
É importante lembrar que existem algumas linhas de crédito voltadas para empreendedores. Mas, se você optar por esse caminho, é fundamental fazer uma boa análise da oportunidade, condições e riscos.
Projete suas finanças pessoais e as da empresa
Outra parte importante é o entendimento do que diz respeito às suas finanças pessoais e o que faz parte da empresa. Galhardo explica que deve ser feita uma projeção de caixa do negócio e, também, do fluxo de caixa da vida pessoal do empreendedor.
“Imaginemos um empreendedor que possui um salário de R$ 10 mil mensais e acumulou R$ 250 mil para abrir uma empresa (já considerando as verbas rescisórias pelo desligamento do emprego atual). E que o investimento no negócio será de R$ 200 mil. À primeira vista, parece que está tudo ok, há dinheiro suficiente. Mas qual a projeção de fluxos de caixa no primeiro ano? Após 2 ou 3 meses de operação, vai haver necessidade de ‘injeções de capital’ para manter o saldo bancário da empresa no positivo? E na vida pessoal, quanto será necessário para viver? Será retirado algum “pró-labore” mensal? Qual o impacto disso nos fluxos da empresa?”, detalha.
O especialista também afirma que, infelizmente, muitos empresários de primeira viagem focam somente no valor do investimento, sem criar cenários financeiros (otimista, pessimista e realista) para a operação. Com isso, descobrem da pior maneira — quando falta dinheiro e não têm mais de onde tirar — o que é fazer a gestão financeira de uma empresa.
Esteja seguro do seu planejamento
Quanto mais você estruturar os detalhes do seu negócio, melhor serão os resultados colhidos no decorrer do tempo. Por conta disso, não economize tempo nas buscas sobre o mercado que você pretende ingressar e nem no seu planejamento.
Galhardo aconselha que os investidores gastem tempo e energia em um estudo detalhado, avaliando concorrentes, participando de treinamentos e conversando com empresários do setor.
Tudo isso fará com que entenda quais são os riscos, o tamanho do investimento, as especificidades do novo trabalho, as tarefas e gastos novos que o empreendimento lhe trará, bem como as mudanças na sua vida.
“Empreenda, sim, mas comece quando tiver um nível de conhecimento suficiente e um bom plano de negócio em mãos. Sucesso!”, finaliza o head.