As estratégias da RE/MAX para contornar os efeitos da pandemia de coronavírus

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Peixoto Accyoli
Peixoto Accyoli

A RE/MAX, rede mundial de franquias imobiliárias, foi uma das primeiras franqueadoras a se posicionar frente à pandemia de coronavírus e criar formas de amparar seus parceiros e colaboradores.

Nesta edição do Franchise Insider, Peixoto Accyoli, CEO da RE/MAX Brasil, conta como a franqueadora conseguiu estruturar rapidamente um plano para apoiar os franqueados e quais atitudes foram implementadas para manter a rede unida.

Chegada do coronavírus: rapidez na preparação fez a diferença

Peixoto lembra que o primeiro momento de angústia real com relação ao coronavírus foi uma mensagem vinda da Itália.

Na época, a RE/MAX Brasil estava organizando uma convenção que aconteceria em maio, e o presidente da RE/MAX Itália comunicou Peixoto que não poderia participar por conta da situação que a Europa vivia.

“Recebi essa mensagem na segunda-feira e na quinta já estávamos trabalhando em home-office. O avanço foi muito rápido, então precisávamos ser ágeis na tomada de decisões”, relembra o executivo.

Vislumbrando o que estava por vir, as primeiras ações de Peixoto foram organizar comitês e se colocar à disposição para conversar com a rede.

Para melhorar a tomada de decisões, foram criados comitês específicos para cada área: educação, comunicação e marketing, família RE/MAX, sobrevivência a curto prazo e um comitê estratégico de crise.

Cada um desses grupos se tornou responsável por desenhar planos para enfrentar a pandemia de coronavírus. Segundo Peixoto, todas as estratégias e ações traçadas são fundamentadas em três pilares: preservar a saúde mental e física de todos; garantir a continuidade operacional e fortalecer a visão, missão e valores da RE/MAX.

A RE/MAX é uma companhia global que está presente em mais de 115 países.
Para manter a coesão entre as estratégias, principalmente durante esse período crítico, Peixoto e os outros líderes se reúnem semanalmente para mostrar as ações estão implementando em seus países.
Ele comenta a importância desses encontros: “essa troca de experiências foi fundamental para entender melhor cenário que nós, aqui no Brasil, pudéssemos conhecer e nos preparar para o cenário que enfrentaríamos”.

Comunicação e proximidade com o franqueado

Mesmo antes da quarentena ser oficialmente decretada, Peixoto organizou a Conexão Família RE/MAX: oportunidade na qual ele ficaria online três vezes por semana, durante uma hora por dia, para conversar com a rede e prestar o apoio que eles precisassem.

Em paralelo, a RE/MAX estava organizando um plano completo para manter a comunicação, transparência e apoio aos franqueados.

Para começar, foi definida uma agenda de webinários, lives e treinamentos para orientar, capacitar e apoiar franqueados, colaboradores e seguidores durante o momento de insegurança.

A franqueadora também passou a emitir comunicados diários reforçando as orientações dos órgãos de saúde, desenvolveu uma campanha nas redes sociais em apoio às medidas de segurança e proteção e criou um guia para os corretores atuarem em home office durante a crise.

“Em um momento difícil como esse, é fundamental que toda a rede esteja alinhada com os mesmos valores e que o líder aponte um direcionamento claro”

Redução de custos e apoio financeiro

Peixoto diz que a RE/MAX também se preocupou em diminuir sensivelmente os custos de seus franqueados para ajuda-los a enfrentar os desdobramentos do coronavírus.

O fundo de marketing e eventos (regional e nacional), por exemplo, foi suspenso por tempo indeterminado e não houve reajuste nas taxas de tecnologia.

O salário do executivo e dos gerentes foi reduzido e houveram renegociações com parceiros, fornecedores e com a RE/MAX internacional. As ações financeiras tiveram duas premissas básicas: evitar as demissões e minimizar os prejuízos dos franqueados.

Peixoto explica que a RE/MAX também reforçou os treinamentos de finanças e criou uma matriz para ajudar os franqueados a decidirem em que recursos devem investir neste momento.

“Criamos planilhas especiais de fluxo de caixa doméstico e para a empresa, porque não adianta resolver as finanças empresariais e continuar com problemas com dinheiro em casa”, explica.

A RE/MAX também investiu em duas ferramentas importantes para viabilizar o trabalho remoto: a assinatura digital e a videoconferência.
Para a primeira, foi escolhida a Docusign, que permite que documentos sejam assinados digitalmente com segurança e validade jurídica. E para a plataforma de videoconferência, a RE/MAX escolheu o Zoom, uma das ferramentas mais utilizadas pelas empresas durante a quarentena.

“Nada é mais importante do que as pessoas. Se as empresas quebrarem, a gente resolve depois. Mas a saúde física e mental de todos é mais importante”

Resiliência em meio à crise

Apesar do momento complicado, o presidente da RE/MAX Brasil ressalta a importância de mostrar para seus franqueados e para o mercado que é possível superar a crise.

Aliás, driblar momentos desafiadores com maestria não é novidade para Accyoli. Quando assumiu a presidência da RE/MAX, em 2016, mesmo diante de uma séria crise econômica, a companhia passou de 117 para 323 franquias no fim de 2019.

“Eu acredito que podemos criar oportunidades para quem precisa. Em uma crise, muitas pessoas ficam paralisadas, não sabem o que fazer. Nós podemos oferecer a elas um direcionamento de como trabalhar nesse momento”, explica, e completa: “O que nos leva à frente, no final, são as pessoas. É a atuação qualificada de nossos mais de 4 mil agentes imobiliários. Na compra do imóvel, a relação humanizada ainda é muito importante!”.

No primeiro trimestre, o Valor Geral de Comissão (VGC) da RE/MAX Brasil aumentou em 56%, em comparação aos três primeiros meses de 2019. Desconsiderando novas franquias abertas no período, a companhia teve um crescimento recente de 28%, segundo informações da assessoria de imprensa.

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