Apesar do cenário instável, o franchising brasileiro faturou R$ 39,8 bilhões no primeiro trimestre de 2021, de acordo com o balanço realizado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF).
Em um comparativo com os primeiros três meses do ano anterior, o resultado de 2021 teve uma queda de 4%, passando de R$ 41,537 bilhões para R$ 39,881 bilhões. Vale lembrar que a quarentena começou oficialmente no país em março de 2020.
Os dois primeiros meses de 2021 indicavam uma forte tendência de recuperação no setor, principalmente por conta do início da vacinação contra o coronavírus no país. Entretanto, o endurecimento das restrições e o agravamento da pandemia acabaram contribuindo para uma queda no faturamento em março.
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O balanço também mostrou que o índice de confiança empresarial cresceu de 86 pontos em 2020 para 90 pontos em 2021. O mesmo aconteceu com o índice de confiança dos consumidores, que teve um salto de 68 para 80 pontos.
Setores do franchising resistem à crise
De acordo com a pesquisa, durante o primeiro trimestre alguns setores conseguiram crescer ainda mais do que em 2020.
Um bom exemplo é o segmento de Casa e Construção, que mesmo com o saldo positivo em 2020, cresceu acima da média no início deste ano e apresentou uma alta de 36,5% em comparação com o primeiro trimestre do ano passado. Nesta área o número de unidades franqueadas também cresceu 5,4%.
Outros segmentos que também conseguiram se destacar por apresentar alta de faturamento foram os de Saúde, Beleza e Bem-estar (+12,7%), Limpeza e Conservação (+6,6%) e Serviços e negócios (+6,1).
Por outro lado, os setores que tiveram maiores quedas de receita entre janeiro a março de 2021 foram Hotelaria e Turismo (-45,4%), Entretenimento e Lazer (-20,4%) e Alimentação – Food Service (-19,3%).
Estratégias do franchising durante os primeiros meses do ano
Buscando contornar os efeitos da pandemia e da crise econômica no Brasil, o mercado de franchising adotou algumas estratégias para continuar faturando.
Uma das alternativas encontradas foi investir em modelos de franquias home based. O estudo indica as franqueadoras apostaram mais neste formato, cuja penetração passou de 6,7% em 2019 para 10,3% das unidades.
Este já é um modelo de atuação que vem crescendo no Brasil a cada ano, e a sua ascensão é indicativo de uma tendência no mercado de franchising, pois se torna mais acessível para os franqueados – devido ao baixo custo de investimento e gestão simplificada.
O volume de lojas tradicionais, por outro lado, diminuiu. Em 2019, 61,3% das franquias tinham unidades em lojas de ruas e 24,9% em shoppings. Neste ano, esses números foram reduzidos para 57,6% e 20,6%, respectivamente.
No momento, as ação que tiveram mais adesões pelos franqueados foi orientar as unidades a operar apenas com entregas, a promoção de treinamentos sobre a COVID-19, a entrega de serviços online, a formação de comitês de crise e também as promoções.
A ABF também aponta que as marcas enxergaram nas iniciativas de gestão trabalhistas e fiscais uma das medidas de socorro mais importantes para lidar com a crise. Os franqueados, por outro lado, consideram o acesso ao crédito e o apoio na negociação com os pontos de locação mais importantes.
Previsões para as franquias em 2021
Vale destacar ainda que o estudo da ABF tem previsões positivas para o mercado de franquias até o final de 2021.
De acordo com a associação, espera-se que as franquias brasileiras apresentem um aumento de 8% no faturamento, e haja um crescimento de 4% no número de redes. No que tange as unidades, a expectativa é um incremento de 5%. Também é de 5% a previsão de crescimento na geração de empregos ligados ao franchising.