Volta às aulas: como as franquias de educação estão reagindo à possibilidade de reabertura

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franquias de educacao reabertura
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A retomada das aulas presenciais tem sido um dos principais temas de discussão nos últimos meses.

O assunto divide pais e alunos, e a maioria dos estados ainda não tem uma definição concreta sobre quando as crianças e adolescentes deverão retomar as atividades das escolas regulares de forma integral.

Nesse cenário também estão as franquias de educação. Como fazem parte do ensino particular e têm unidades em diferentes estados brasileiros, algumas franquias do setor já retomaram as aulas e outras estão em preparação para a reabertura.

Nesta matéria, conversamos com redes de franquias do setor para entender como elas estão enxergando esse cenário e quais mudanças estratégias o período de quarentena deve causar a longo prazo.

Ações implementadas para driblar os efeitos da pandemia

Quando as aulas foram suspensas por conta do coronavírus, a primeira medida da maioria das franquias de educação foi encontrar formas de manter a transmissão de conteúdo à distância.

Aquelas que já tinham plataformas de ensino online otimizaram suas ferramentas, e as redes que não contavam com esse recurso precisaram desenvolver os instrumentos de estudo em casa em tempo recorde.

Um dos exemplos dessa adaptação vem da Maple Bear, rede de ensino bilíngue. A companhia promoveu centenas de horas de treinamento por meio de webinars para capacitar seus mais de 4 mil professores.

Os treinamentos tinham como objetivo preparar os docentes para a atuar na Maple Bear Digital Learning Community, uma plataforma que já recebeu mais de 1,3 milhões de aulas à distância nos últimos meses.

O Kumon também investiu nas aulas à distância e, logo no início da pandemia, enviou material didático para 40 a 60 dias de estudo para que os alunos estudassem em casa.

“Esse procedimento foi muito importante para o bem dos alunos que, mesmo impossibilitados de sair de casa, puderam continuar estudando e se desenvolvendo. Os pais tiveram a oportunidade de participar desse processo e valorizar ainda mais essa oportunidade”, explica Julio Segala, diretor de marketing e operações do Kumon.

Devido aos desafios da mudança, ao desemprego e à instabilidade do cenário de pandemia, muitas redes de educação registraram evasão dos alunos.

Porém, com o passar dos meses, notou-se uma maior aceitação ao ensino online e até um retorno das matrículas.

No caso do Kumon, Segala conta que houveram alguns cancelamentos no início da crise, mas em poucas semanas o número de alunos voltou a subir. Com isso, já em julho, as matrículas superaram os números do mesmo período de 2019.

Quem também conseguiu colher bons frutos neste período foi a Minds Idiomas.

A companhia criou uma campanha que disponibilizou 30 dias grátis de estudos em sua plataforma de ensino e, com isso, conseguiu um aumento de 10% das matrículas em plena pandemia.

“Em relação a aceitação dos alunos, acredito que, devido à situação, não havia muito o que se fazer e a aula remota foi a melhor opção. Pelo que temos visto, muitos alunos ainda querem continuar com este sistema”, revela Leiza Oliveira, CEO da Minds Idiomas.

Segurança e higiene são fundamentais para a abertura

Alguns estados já autorizaram a abertura das escolas e outros se preparam para a retomada programada para os próximos meses. Por isso, as franquias montaram planos de reabertura bastante detalhados.

Ações como reconfiguração das salas de aula para permitir maior distanciamento, instalação de equipamentos para limpeza e desinfecção das mãos, aferição de temperatura, reforço nos protocolos de higiene e sinalizações que relembrem as medidas de segurança são algumas das medidas implementadas pelas redes.

A CEO da Minds Idiomas explica como a rede está atuando: “nossas unidades seguem obedecendo os protocolos de segurança de cada cidade, algumas já voltaram a funcionar e outras ainda estão só com as aulas online. Para as que voltaram, limitamos o número de alunos por sala e equipamos as unidades para manter a segurança”.

Além disso, as franqueadoras também têm se preocupado em treinar seus franqueados, diretores, professores e colaboradores de toda as esferas para o que possam seguir os protocolos e orientar os alunos a fazer o mesmo.

Muitas delas têm criados treinamentos, guias e outros materiais para direcionar os franqueados sobre como capacitar as equipes para que o retorno às aulas seja o mais seguro possível.

Desejo pela retomada divide o público

Enquanto uma parte do público das franquias de educação se adaptou ao ensino remoto, também há quem não veja a hora de retomar as aulas presenciais.

A preocupação com a segurança é um dos fatores que desmotiva o retorno, já que o coronavírus continua sendo uma ameaça grave no país.

Mas, por outro lado, muitos alunos sentem mais facilidade em absorver os conteúdos e aproveitar a experiência de aprendizado nas aulas presenciais.

No caso dos pais, ainda existe um fator que precisa ser levado em consideração: a volta para o trabalho.

Com a reabertura gradual do comércio em várias cidades, muitos brasileiros precisaram retornar para o trabalho. E, com isso, fica complicado manter os filhos em casa.

De acordo com Segala, no Kumon essa divisão é muito nítida. Ele explica que cerca de 50% dos pais vão esperar mais tempo para enviar seus filhos para as aulas presenciais por questões relacionadas à segurança e/ou logística.

Nesse cenário em que as opiniões e as necessidades divergem bastante, as redes têm apostado em uma estratégia muito inteligente: deixar que a decisão fique por conta dos pais (no caso das crianças e dos adolescentes), ou a cargo do próprio aluno, se for adulto.

“Estabelecemos como política garantir que esse retorno seja realizado em acordo com os pais e responsáveis, de forma que, caso alguns pais optem por não retornar às aulas, possamos continuar garantindo um ensino de excelência para todos”, diz Rafael Mangini, diretor de marketing da Maple Bear Latam.

Aulas online e ensino híbrido devem se consolidar no pós-crise

Está claro para as franquias de educação que a pandemia mudou a visão de muitos consumidores sobre o modelo de ensino tradicional e a educação à distância.

O poder de escolher seguir com o formato atual ou retomar as aulas presenciais assim que for possível oferece novas possibilidades para alunos e franqueados. E as redes estão se mostrando preparadas para abraçar essa tendência.

Todas as franqueadoras entrevistadas afirmaram que devem manter a educação à distância e o ensino híbrido, mesmo com a volta das aulas nas unidades físicas.

Mangini comentou a mudança: “esse processo trouxe à Maple Bear uma grande oportunidade para desenvolver novas maneiras de conduzir o processo de aprendizagem por meio de estratégias inovadoras e explorando recursos diferentes”.

Realmente, as inovações no ensino causadas pela crise podem trazer impactos muito positivos para o setor de educação e as redes que souberem transformar os obstáculos em oportunidades e entender os novos desejos do consumidor devem se destacar no pós-crise.

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