Franquias de educação: EAD ajuda a contornar efeitos da pandemia

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franquias de educação ead ajuda a contornar efeitos da pandemia
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Com a paralisação das aulas, as franquias de educação foram uma das primeiras a perceber os efeitos da pandemia causada pelo coronavírus.

As orientações para que as crianças fiquem em casa estão fazendo com que alunos, pais e escolas tenham que se adaptar para um modelo de ensino que, apesar de amplamente conhecido, não era o principal em boa parte das instituições: o EAD.

As aulas à distância têm se mostrado ótimas opções para que os alunos não deixem de aprender e as redes de franquias de educação possam continuar operando – e faturando – sem arriscar a saúde de seus colaboradores, franqueados e alunos.

Com isso, a educação remota se tornou a principal solução para as redes do segmento contornarem as consequências da crise.

Conversamos com algumas franqueadoras e especialistas em educação à distância para entender como esse formato de ensino pode ser implementado nas franquias e quais os obstáculo e vantagens do EAD.

Implementando ou evoluindo EAD

Muitas redes de franquias de educação não tinham nenhuma plataforma de ensino remoto. Mas mesmo aquelas que já usavam ferramentas digitais para complementar as aulas, precisaram adaptar e evoluir as plataformas para este momento de pandemia.

Em geral, os principais aspectos que precisaram ser desenvolvidos ou otimizados foram: plataforma, metodologia, conteúdo e orientações para alunos e franqueados.

Plataforma

“Parece simples, colocar uma ferramenta no ar e pedir para os participantes acessarem um determinado link, mas não é tão simples assim. Um estudo para escolher a plataforma é fundamental para atingir os objetivos e ter um custo alinhado à necessidade”, explica Cyrano Rizzo, diretor de tecnologia da Bedu.Tech, especializada em tecnologias educacionais.

Pensando nisso, é fundamental que as franqueadoras busquem plataformas que atendam as necessidades operacionais, sejam intuitivas, adequadas para o perfil do aluno e também tenham um custo que possa ser pago pela companhia.

O CNA, por exemplo, já contava com um instrumento de atividades complementares, o CNA Net, mas também está organizando um novo ambiente de estudos em tempo real.

Em um primeiro momento, a utilização do CNA Net foi indicada para garantir a continuidade do ensino de idiomas para os mais de 400 mil alunos da rede. Mas um novo espaço na ferramenta Zoom está sendo estruturado para retomar as aulas ao vivo.

Na nova ferramenta, os encontros passam a acontecer em tempo real, com colegas de turma e professores, nos mesmos dias e horários em que ocorreriam as aulas presenciais.

Marcelo Barros, diretor de educação do CNA, comentou a necessidade da mudança: “o CNA Net não previa aulas síncronas. Então, estudamos o mercado e elaboramos uma publicação com todas as orientações técnicas, operacionais e pedagógicas para estabelecer esse novo formato de aulas online, que estamos chamando de CNA Live Class. Com esse guia, a escola tem mais informações para fazer a escolha de aderir a esse novo formato”.

Metodologia

Apesar de a plataforma online ser essencial para a educação à distância, também é preciso adaptar a metodologia e as dinâmicas de ensino para o formato que é o único possível em tempos de quarentena.

Afinal, ainda mais importante do que o “onde aprender” é o “como e o que aprender”.

Rizzo concorda: “a ferramenta é um meio, mas o fundamental é cultura e confiança. É preciso estratégia para fazer o mais importante: realmente capacitar pessoas”.

Para isso, é necessário levantar quais são os pilares da metodologia da companhia e descobrir como leva-los para o universo digital sem que haja prejuízo no ensino.

Nesse sentido, duas estratégias se mesclam: a escolha da plataforma ideal e a adaptação das dinâmicas de aula.

De acordo com o diretor de educação do CNA, os professores da rede utilizam atividades e jogos em dupla ou em grupos para gerar interação entre os alunos, e isso foi transportado para o formato como as aulas acontecerão na nova plataforma.

“Escolhemos uma ferramenta que permite a participação ativa dos alunos, que não ficam apenas vendo e escutando o professor, como outros formatos existentes. Assim, garantimos que as aulas online aconteçam com a metodologia CNA, apenas com alguns ajustes” explica Barros.

Conteúdo

O Instituto Embelleze também está focado em aulas online. Porém, em seu nicho de atuação, existe uma necessidade ainda maior de conteúdo prático.

Embora já conte com uma plataforma de EAD há 5 anos e tenha aperfeiçoado seu ensino híbrido em 2019, os cursos do Instituto Embelleze são presenciais e exigem que o aluno pratique o que foi aprendido nas aulas.

Para contornar essa questão, a franqueadora aumentou o volume de vídeo aulas abordando temas que podem ser tratados à distância.

“O que estamos fazendo é aproveitar esse momento de reclusão para reforçar os conteúdos teóricos e aumentar nossos materiais sobre empreendedorismo, que ajudam o aluno a rentabilizar seus ganhos após a formação. Quando retornarmos, focaremos nas aulas práticas”, revela Daniel Narcizo Pereira, CEO do Instituto Embelleze.

Ele também explica que os professores estão ministrando aulas para tirar dúvidas e falar sobre tendências. Além disso, os próprios alunos também têm compartilhando dicas de como estudar sozinho em casa.

Segundo Pereira, aqueles que já estão no estágio de prática podem treinar com uma cabeça de manequim, que é utilizada nas aulas presenciais.

Como resultado do incremento do ensino remoto, os acessos à plataforma “Meu Instituto” cresceram 500% em apenas dois dias.

Orientar alunos e franqueados

O EAD em tempo integral não é apenas uma novidade para muitas redes de franquias de educação, mas também para os alunos e franqueados. E cabe às franqueadoras, indicarem os caminhos para lidar com essa nova dinâmica.

O primeiro passo é capacitar professores, colaboradores e franqueados, mostrando quais serão as ferramentas utilizadas e como eles podem manter a essência da metodologia no universo online.

De acordo com Barros, o CNA fez isso estruturando uma série de webinars e treinamentos a distância para preparar a rede. No Instituto Embelleze, reuniões online e a comunicação pelo WhatsApp tem sido fundamental para direcionar os franqueados.

Neste momento de instabilidade, também é fundamental munir a rede de informações sobre temas como gestão das equipes de forma remota, atualizações de questões legais, trabalhistas e financeiras.

Ações como postergar o pagamento de taxas e tomar a frente nas negociações com fornecedores, bancos e locadores também têm sido adotadas pelas franquias de educação para amparar seus franqueados.

Os alunos também devem receber algumas dicas para continuar aproveitando o conteúdo enquanto estão em casa.

O diretor de tecnologia da Bedu.Tech recomenda que os alunos adotem horários específicos para os estudos, montem uma estrutura confortável e ergonômica e também busquem um ambiente que traga pouca distração.

Franquias de educação e o EAD: o que esperar para o futuro

Em vários aspectos, teremos um mundo novo após a pandemia de coronavírus.

Os hábitos dos consumidores, dinâmicas de trabalho e o modo de se relacionar devem ser impactados pelo momento que estamos vivendo hoje. E as franquias já devem estar preparadas para isso.

No que tange ao EAD, a expectativa é que a prática de ensinar de forma remota ganhe ainda mais força e se torne um traço permanente da educação no país.

As franquias de educação que ainda não tinham implementado esses mecanismos certamente terão algum trabalho pela frente, porque o consumo pelo ensino online deve se manter em alta.

“Sem sombra de dúvidas, ambientes virtuais de aprendizagem e o EAD já estavam no desejo ou foram timidamente inseridos em muitas instituições, mas a crise veio a acelerar esse processo. Uma vez implantado e com todas as comodidades e economias envolvidas, dificilmente vai retroceder”, opina Rizzo.

Já Marcelo Barros acredita que a crise pode fortalecer tanto o ensino presencial quanto o online, já que o momento ajudará os alunos a terem mais convicção sobre o formato que mais se identificam para estudar.

Ou seja, quem se adaptar ao formato online, talvez realmente continue neste caminho. E aqueles que não se sentirem confortáveis, provavelmente terão mais certeza de que rendem mais no formato presencial.

“É bastante provável que uma parte dos alunos terá descoberto novas opções. Com essa experiência, será mais fácil escolher a maneira como ele quer seguir seus estudos, seja ela 100% presencial, 100% a distância, ou de forma híbrida”, finaliza Barros.

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