Muitas vezes, a primeira coisa que vem na cabeça sobre o que mais se deseja ter em uma franquia é o lucro. Este, com toda a certeza, é importante, mas não é apenas o lucro que deve ser tomado como base de sucesso ou fracasso da franquia, há um número muito mais importante para o franqueado do que qualquer outra coisa. Estamos falando da rentabilidade.
Para se tornar franqueado de alguma marca, é preciso realizar investimentos iniciais, que acontecerão antes do negócio funcionar. Cada negócio acaba tendo uma série de investimentos necessários, mas de maneira geral, podemos pensar nas seguintes categorias:
– Custos de franquia: o primeiro grande custo que o empreendedor terá é aquele referente à aquisição da franquia por determinado tempo. Estamos falando da taxa de franquia. Trata-se do valor pago para o franqueador em troca da transferência do know-how, da força da marca e de todo o suporte inicial.
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– Regularização: para que a franquia possa funcionar como uma empresa, é preciso que o franqueado contrate um contador para iniciar o processo de abertura de empresa. Além dos honorários contábeis, aparecerão custos relativos à junta comercial, cartórios, entre outros.
– Estoque e matéria-prima: para franquias de produtos, para conseguir realizar a venda, é preciso ter um estoque inicial.
– Pessoal: várias franquias exigem a contratação de pessoas para que ela possa funcionar. Lembre-se que podem existir diversas funções: atendentes, pessoas que confeccionam ou produzem o produto ou que prestam o serviço, pessoas que cuidarão das finanças, gestão, marketing, etc.
– Marketing e divulgação: nem todas as marcas conseguem se vender sozinhas, pelo simples fato de existir. E, cada vez mais vemos a importância do meio digital para conseguir clientes. Por isso, é importante elaborar um orçamento para marketing, como criação de sites, anúncios nas redes sociais, ou também, de materiais impressos, como flyers e banners.
– Espaço: verificar um local em que a franquia funcionará é importante. Por isso, logo de cara, você poderá ter que arcar com aluguel, mobiliário, equipamentos, entre outros.
– Pro Labore: nem todo mundo que começa a atuar com uma franquia consegue ter uma segunda fonte de renda, por isso, no investimento inicial é importante considerar um valor que será destinado para pagar as contas dos sócios.
– Capital de giro: nos primeiros meses, com o negócio começando, talvez o resultado não apareça, e, muitas vezes, o dinheiro das vendas demora para entrar, por conta de vendas à prazo. Por isso, é importante considerar como investimento inicial um valor que será destinado para pagar a operação dos próximos meses.
Somados todos esses valores, chegamos ao investimento inicial que é preciso ser feito por parte dos sócios. Esse investimento pode vir como recursos próprios, mas buscar capital de terceiros, sejam eles instituições financeiras ou outras fontes, é uma alternativa; porém, lembre-se de somar os juros no capital para abertura do negócio.
A partir desta soma de investimentos, e somando-se também os investimentos posteriores que podem aparecer, é possível chegar no número mais importante para o empreendedor: a rentabilidade. Para chegar neste valor, é preciso dividir o lucro líquido do negócio desse investimento total. Com isso, encontra-se uma porcentagem que mostra quanto o negócio já trouxe de retorno para seus sócios.
Para ilustrar, vejamos um exemplo:
Faturamento no ano X: R$ 1.500.000
Custos e despesas no ano X: R$ 1.000.000
Impostos no ano X: R$ 150.000
Lucro líquido: Faturamento – Custos e despesas – Impostos = R$ 350.000
Investimento no negócio: R$ R$ 1.000.000
Rentabilidade: Lucro Líquido / Investimento = 35%
Para analisar se a rentabilidade está adequada, vale lembrar que na curva do Risco x Retorno, o negócio próprio é o investimento que tem o maior risco de todos, logo, espera-se que tenha o maior retorno. Portanto, tome como base a rentabilidade das aplicações mais tradicionais, como a Caderneta de Poupança, ou o Tesouro Direto, e, tenha como meta, ter rentabilidade maior do que estas.
Porém, lembre-se, que o retorno pode não vir tão breve, afinal, primeiro necessita-se investir para ter o retorno almejado, por isso, analise históricos e veja os resultados ao longo do tempo.
Todos esses cálculos e análises só poderão ser feitos se você registrar e controlar suas finanças. Esse é o passo zero para chegar numa boa rentabilidade.