Como escolher a franquia ideal para investir?

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como escolher a franquia ideal para investir
como escolher a franquia ideal para investir

O mercado de franchising está cheio de opções para quem deseja investir em franquia. Mas, ainda que a variedade ajude cada empreendedor a encontrar a marca perfeita para seu perfil, chegar à decisão final é um processo longo e cheio de dúvidas.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o Brasil contava com 3.039 redes de franquias em 2016. Isso significa mais de 3 mil opções de franquias para investir em diversos segmentos e com variadas faixas de investimentos.

Entre todas as redes, o país contabilizou 142,6 mil unidades de franquias no ano passado – total que representa um crescimento de 3,1% em relação a 2015. Para este ano, a expectativa da ABF é de que o número continue crescendo, aumentando em 4% a 5%.

Na hora de escolher a marca, não basta ficar de olho no investimento exigido para a abertura de uma unidade. Ainda que as franquias baratas sejam opções atrativas, que permitem investir com baixo capital é fundamental ficar de olho nos detalhes e fazer uma análise profunda antes de tomar a decisão final – uma análise não só da marca, mas também da região e do próprio perfil do investidor.

“O sucesso de uma franquia acontece quando todos estão cientes de suas obrigações. De nada adianta a franqueadora oferecer um ótimo modelo de negócios, produtos e serviços que garantem um excelente lucro, suporte em todas as áreas ou qualquer outra ferramenta que venha a potencializar o resultado da operação, se o franqueado não dispuser da dedicação e esforços necessários para fazer o negócio acontecer”, aponta Rodrigo Ramiro, consultor da RZD Consultoria.

Escolher uma marca que realmente se encaixe no perfil do empreendedor e que tenha potencial para atender às expectativas do franqueado vai fazer toda a diferença no desempenho do negócio. Afinal, dedicar-se ao trabalho é muito mais fácil quando você gosta do que faz, certo?

Porém, a postura da franqueadora também vai impactar no sucesso das unidades franqueadas – o que torna ainda mais crucial a escolha acertada da rede em que se vai investir.

“Percebemos que as redes que obtêm os melhores resultados são as que conseguem engajamento dos seus parceiros. Ter um planejamento conciso, compartilhar a visão de onde se quer chegar, o que precisa ser feito e o porquê, geram um senso de pertencimento a todos os envolvidos”, completa o consultor.

Nesta matéria, reunimos algumas dicas que vão te mostrar como escolher a franquia certa para investir. Confira!

Avaliação do perfil do empreendedor

Analisar suas próprias características é algo que não pode ser esquecido no processo de investimento em franquia. Além de contribuir para a seleção de um setor e de uma marca, essa análise vai ajudar o empreendedor a entender melhor suas expectativas e forma de trabalho no dia a dia.

“Um bom franqueado começa com uma autoanálise sobre seus pontos fortes e fracos para adentrar no segmento pretendido, o quão disposto ele está em dedicar esforços para tocar aquela operação diariamente e a identificação com a marca e o negócio”, reforça Ramiro.

Nessa análise de perfil, busque compreender o que você espera da rotina e da marca em si para, depois, conseguir elencar prioridades na seleção de redes. Pergunte-se:

  • Qual é o capital disponível para investir?
  • Quanto tempo você terá para se dedicar ao negócio?
  • Que tipo de trabalho prefere: atender diretamente o público ou gerenciar uma equipe?
  • Quais são suas habilidades e conhecimentos profissionais mais fortes?
  • Quanto você espera faturar?

Com seu perfil delineado, você consegue delinear também aquilo que procura nas marcas e, consequentemente, pode tomar uma decisão mais consciente e adequada à sua realidade.

Escolha do segmento

Um dos primeiros passos na seleção de uma franquia deve ser a escolha do segmento. O setor escolhido vai impactar diretamente na rotina do trabalho, nas opções de marcas e no desempenho do negócio, portanto, é indispensável que essa decisão seja feita com base em estudos e análises cuidadosas.

De acordo com a classificação da ABF, o franchising nacional está dividido em 11 segmentos. São eles: alimentação; casa e construção; comunicação, informática e eletrônicos; entretenimento e lazer; hotelaria e turismo; limpeza e conservação; moda; saúde, beleza e bem estar; serviços automotivos; serviços e outros negócios; serviços educacionais.

De olho em cada segmento, é importante que o investidor saiba apurar o setor com o qual mais se identifica. Em seguida, deve-se analisar dados e características deste mercado para saber qual o desempenho do ramo de forma geral.

Estudo de viabilidade na região

Segmento escolhido, é hora de avaliar o potencial deste mercado na sua região. Essa etapa é indispensável para entender se o ramo pretendido realmente tem espaço na sua cidade.

Em grandes cidades e capitais, é comum que o mercado já conte com diversas unidades de franquias. Neste caso, é importante avaliar se o segmento não está saturado. Já nas cidades pequenas, o maior empecilho pode ser o baixo potencial para absorver alguns tipos de negócio, seja pela falta de público ou pelas limitações habitacionais impostas pelas redes.

“O candidato deve levantar as seguintes informações locais (da cidade que ele pretende implantar a franquia) sobre o segmento: quem são os concorrentes, qual possui maior e menor notoriedade, quais os pontos fortes e fracos de cada um, quais os motivos que faz um ter mais e o outro menos sucesso, quais as oportunidades e as ameaças que o mercado local pode oferecer”, aconselha Ramiro.

Escolha da marca

Tendo um segmento selecionado e conhecendo o contexto do mercado na sua região, é hora de passar para a escolha principal: a marca.

A escolha da marca é o que vai exigir do empreendedor o maior tempo de estudo. Além de pesquisar cada detalhe e informação sobre as marcas pelas quais se interessa, o investidor ainda pode precisar entrar em contato direto com as redes, participando de conversas e apresentações.

Segundo Rodrigo Ramiro, o franqueado deve observar as seguintes informações na análise de uma rede de franquias:

  • Histórico e integridade da marca;
  • Como os produtos e/ou serviços oferecidos se posicionam no mercado;
  • Nível de conhecimento da franqueadora sobre esses produtos e/ou serviços;
  • Suporte oferecido ao franqueado;
  • Nível de satisfação dos franqueados com a rede franqueadora;
  • Taxas cobradas (como royalties e taxa de propaganda);
  • Viabilidade financeira da franquia.

Outro ponto importante é o número de unidades franqueadas da rede. Enquanto algumas marcas do mercado contam com centenas ou milhares de franqueados espalhados por todo o Brasil, outras acabam de ser lançadas no mercado e ainda não têm grande cobertura de território ou experiência comprovada.

“É comum encontrar franqueadoras que possuem poucas unidades e até mesmo aquelas que têm somente a própria franquia. Não é um aspecto integralmente negativo; ao contrário, pode ser uma oportunidade de o candidato construir junto com o franqueador uma rede de sucesso, pois tende a ser um aprendizado por ambas as partes”, comenta Ramiro.

O consultor aponta que as marcas novas podem proporcionar benefícios como descontos, possibilidades de pagamento diferenciadas, exclusividade ou preferência de área e relacionamento mais próximo, por exemplo. Porém, é importante verificar se a rede tem potencial para se sustentar no longo prazo, mesmo com a falta de conhecimento em franchising.

Além dessas informações, o empreendedor também deve se atentar aos modelos de negócio oferecidos. É possível encontrar modelos de lojas, quiosques, franquias móveis (delivery ou food truck, por exemplo), franquias virtuais e de trabalho home based.

A escolha do modelo também deve levar em conta o perfil do interessado, o capital disponível para investir e os objetivos com o negócio. Quem prima por alto faturamento e tem disponibilidade maior de investimento pode encontrar nas lojas a melhor opção. Já para quem deseja uma franquia para trabalhar em casa, conciliando o trabalho com outras atividades, os modelos home based e virtuais são excelentes opções.

“Munido de todas essas informações e com o avanço do interesse na marca, o candidato deve solicitar a COF (Circular de Oferta de Franquia). É muito importante confrontar o que foi dito em reuniões e apresentações anteriores com o conteúdo presente da COF, que já é um documento com validade jurídica”, sugere Ramiro.

Com a COF em mãos, o investidor tem, segundo a Lei de Franquia, dez dias para avaliar o documento e resolver assinar ou não o contrato final, só então pagando a primeira taxa à franqueadora.

Além da COF, o ideal é que o interessado procure também apurar informações com outros franqueados da rede pretendida – a própria COF trará uma listagem completa de franqueados e seus contatos. Pergunte sobre a prática do negócio e confirme se as promessas e dados passados pela franqueadora se refletem na realidade, aproveitando para esclarecer dúvidas e conhecer de perto uma unidade da franquia.

Vale pontuar que todo o processo de escolha e análise de uma franquia pode ser feito com a ajuda de um profissional, reduzindo os riscos de quem investe.

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