A pandemia de Covid-19 deixou suas marcas no mercado de franquias brasileiro. Praticamente metade das franquias teve uma queda de faturamento superior a 25% na segunda quinzena de março, em comparação com o mesmo período em 2019. O dado é da Pesquisa de Desempenho Setorial da ABF (Associação Brasileira de Franchising).
Segundo o estudo, o faturamento das franquias entre 15 e 31 de março de 2020 em comparação com 2019:
- caiu mais de 25% para 49,7% das franquias;
- caiu até 25% para 18,3% das franquias;
- foi estável para 7,9% das franquias;
- aumentou para 24,1% das franquias.
Mesmo que os efeitos da pandemia tenham reverberado no Brasil apenas no final do primeiro trimestre, o impacto nos resultados do setor foi significativo.
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O faturamento no período foi de R$ 41,537 bilhões, o que representa um crescimento de 0,2%. Em 2019, a alta foi de 7%.
Além da receita, a expansão também demonstrou diminuição no ritmo. O setor de franquias fechou os primeiros três meses de 2020 com o total de 161.141 unidades em operação, 1% a mais que no trimestre anterior. Já em 2019, esse salto havia sido de 2,5%.
O volume de empregos diretos cresceu 0,3% em comparação com o trimestre anterior, chegando a 1.361.795 pessoas empregadas no franchising.
“Esses dados refletem uma diminuição do ritmo de expansão, maior aversão a risco e o fechamento de algumas unidades em decorrência da pandemia. Notamos também que algumas empresas deixaram o sistema ou suspenderam planos de expansão por meio do franchising, o que acabou se refletindo nestes números”, comenta André Friedheim, presidente da ABF, em nota divulgada à imprensa.
Segmentos
Alguns segmentos se saíram bem no primeiro trimestre. O segmento de Serviços Automotivos teve o melhor desempenho no período, com uma alta de 7,4% no faturamento.
Comunicação, Informática e Eletrônicos (+6,9%), Limpeza e Conservação (+5,6%), Casa e Construção (+3,6%) e Serviços Educacionais (+3,5%) também se destacaram nos primeiros meses de 2020.
Já o segmento de Alimentação, o maior do franchising brasileiro, sentiu os impactos da pandemia com mais força e registrou uma queda de -1,6% no faturamento.
Adaptação
O estudo da ABF apurou também que o setor de franquias foi ágil em buscar formas de se adaptar ao novo cenário.
Entre as ações mais comuns, adotadas por 60% ou mais das franquias, estão:
- Entrega de serviços online;
- Orientações e treinamentos sobre a Covid-19;
- Operação com sistema de entregas;
- E-commerce/vendas online;
- Promoções;
- Formação de comitê de crise;
- Criação de novos produtos/serviços.
Inovação, desenvolvimento de novas tecnologias e participação em ações solidárias também são ações frequentes, com índice superior a 55%.
“Este difícil momento que vivemos mostra mais uma vez as vantagens de empreender dentro do sistema de franchising. Não que nossas unidades estejam imunes, mas elas têm mais estrutura e acesso a conhecimentos e experiências para reagir mais rápido”, opina Friedheim.
Prova disso é que planos de crescimento continuam. Mesmo com a crise, 47,7% das redes de franquias mantiveram seus planos de expansão.