As franquias baratas estão na mira de quem quer investir em um negócio. O mercado de franchising conta com várias marcas, em segmentos diversos, que oferecem modelos de franquias de baixo custo: com um capital de 3 mil reais já é possível investir em franquia.
Porém, ao mesmo tempo que as franquias baratas aparecem como uma alternativa atrativa para quem sonha em empreender, há também quem fique desconfiado: afinal, o que torna uma franquia barata?
Consideramos franquias baratas aquelas em que o investimento inicial, incluindo taxa de franquia, capital de giro e custo de instalação, é de até 50 mil reais. É possível encontrar modelos de baixo custo em todos os segmentos do franchising – tanto para quem quer trabalhar em casa quanto para quem deseja atender em um ponto comercial.
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Embora existam excelentes opções de franquias e muitos cases de sucesso neste segmento, é preciso que o investidor tome decisões conscientes para garantir um bom negócio. Entender o que faz com que o investimento seja reduzido pode ajudar a esclarecer dúvidas e atribuir mais segurança ao processo.
Vários pontos podem tornar uma franquia barata, desde a formatação do modelo até a isenção pela franqueadora da taxa de franquia. Marcas novas também podem usar o baixo custo de investimento como estratégia para atrair franqueados e impulsionar a expansão da rede.
Modelos de franquias baratas
Para Caroline Bittencourt, diretora de inteligência de mercado do Grupo Bittencourt, o principal motivo para o baixo custo de investimento em uma franquia é o modelo de negócio.
“Em modelos de franquias mais enxutas tanto o investimento na infraestrutura e estoque, quanto o operacional do negócio são mais simples se comparados a modelos tradicionais”, explica a especialista.
Modelos próprios para operação em home office, franquias no formato de quiosque ou que exigem pouco espaço para a instalação do ponto comercial ou que não precisam estar localizadas em regiões de alto fluxo de pessoas, por exemplo, podem exigir um investimento menor.
As franquias móveis, que oferecem atendimento na modalidade delivery, também podem trabalhar com custos reduzidos para o investidor. Redes de lava-rápidos, carrinhos de chopp ou sorvete, modelos pensados para atuação em eventos e outros em que o negócio vai até o cliente e não o contrário são bons exemplos de opções de franquias baratas.
Esses modelos são considerados, no geral, como microfranquias, mini franquias ou nano franquias – modelos nos quais o baixo custo de investimento é uma das principais características.
Segundo estudo da Associação Brasileira de Franchising (ABF), 557 redes operam com modelos de microfranquias no mercado brasileiro. Deste total, 79,8% das redes atuam exclusivamente com este modelo de negócios mais enxuto. O investimento inicial médio em uma franquia neste formato é de 44,1 mil reais, com a maior parte das unidades localizadas em pontos de rua ou em home office.
“Geralmente as microfranquias em que o próprio franqueado é o prestador de serviço ou aquelas que operam com vendas pela internet, como agências de viagens, são as com investimento menor”, destaca Caroline.
De acordo com a apuração da ABF, as opções de microfranquias devem crescer no franchising nos próximos anos: 36% das redes que não operam com este modelo apresentam interesse em desenvolver o formato.
Taxas para ficar de olho nas franquias baratas
Encontrar uma opção de franquia barata atrativa não é difícil. Uma boa gama de redes oferecem modelos de baixo custo com promessas e vantagens que fazem a cabeça de qualquer investidor. Porém, é preciso atentar-se a todas as taxas e detalhes para garantir que o negócio atende suas expectativas e realmente cabe no seu planejamento financeiro.
Uma franquia barata pode acabar saindo caro. Altas taxas de royalties e de fundo de propaganda, baixo faturamento mensal e elevado custo operacional podem fazer com que o baixo investimento inicial não valha a pena a longo prazo.
Para acertar na escolha de um negócio seguro e adequado a cada perfil de investidor, Caroline Bittencourt indica que o candidato analise as seguintes taxas nas franquias baratas:
Royalties: taxa paga mensalmente ao franqueador pelo franqueado pelo uso da marca e suporte recebido. “Esta taxa pode ser calculada sobre o faturamento bruto, sobre as compras ou mesmo um valor fixo mensal”, aponta Caroline. Caso os royalties sejam fixos, verifique se o valor é adequado às expectativas de faturamento do negócio.
Fundo de propaganda: valor pago mensalmente pelo franqueado para que a franqueadora invista no marketing institucional da rede. Assim como os royalties, o cálculo dessa taxa pode ser baseado em uma porcentagem do faturamento ou das compras, ou ser um valor fixo.
Taxa de franquia: pagamento único e fixo feito no momento da assinatura de contrato da franquia. Incluído na soma do investimento inicial, as taxas de franquia de modelos enxutos costumam ser reduzidas. Para facilitar ainda mais o pagamento, algumas redes oferecem a possibilidade de parcelar esse valor.
Capital de instalação: investimento necessário para montar a estrutura do negócio. Algumas marcas não incluem o capital de instalação na estimativa de investimento e, dependendo do ponto e do formato da franquia, esse valor pode superar o indicado; portanto, dedique atenção redobrada.
Capital de giro: valor que deve estar disponível para movimentar o negócio até que ele comece a gerar receita e chegue ao ponto de equilíbrio. “Custos como vendas a prazo, estoque, fornecedores, pagamento de funcionários, e demais custos e despesas operacionais são financiados pelo capital de giro”, lembra Caroline. Lembre-se de colocar esses gastos no papel para calcular se o capital indicado pela franqueadora é compatível com a realidade.
Além dos valores que devem ser pagos ao franqueador ou investidos para a abertura da franquia, é indispensável analisar ainda dados como faturamento médio, taxa de lucro e prazo de retorno de investimento. Esses números são cruciais para entender qual será o retorno financeiro do negócio – afinal, em alguns casos, investir em franquias baratas também significa um retorno menor.
Segundo Caroline, uma prática do mercado pode ajudar o franqueado a entender todos esses aspectos. Trata-se do DRE (demonstrativo de resultado), apresentado pelas franqueadoras.
“O DRE serve para mostrar o tempo que até ter o retorno do investimento, quais as receitas e despesas projetadas e o resultado mensal esperado. Esse demonstrativo deve ser com base em operações existentes. Além disso, é importante avaliar se foi feita uma avaliação otimista ou real do negócio”, pontua a especialista.
Outros cuidados na escolha de uma franquia barata
Apesar do valor de investimento ser um grande atrativo, outros pontos devem ser lembrados no momento em que o candidato faz o estudo do negócio.
“Por mais que a franquia escolhida seja um modelo mais enxuto (e, portanto, mais barata), os cuidados tomados por parte do investidor deverão ser os mesmos do que qualquer outro modelo de franquia tradicional. Mesmo com investimento menor, a franqueadora deve estar preparada para dar suporte ao franqueado”, ressalta Caroline Bittencourt.
Dessa forma, não se esqueça de levar em consideração o histórico e a experiência da franqueadora, as formas de suporte e treinamentos, o posicionamento da marca quanto aos concorrentes.
Buscar por opções dentro de um setor ou segmento que já conhece ou com o qual se identifica também é imprescindível para o bom desenvolvimento e o sucesso do negócio no futuro.
“Invista em uma franquia com potencial de crescimento e que possua uma cultura de inovação. O ideal é ter pelo menos três opções e comparar as vantagens e desvantagens entre elas”, aconselha Caroline.
Por fim, vale buscar apoio e orientação de um profissional para analisar a Circular de Oferta de Franquia (COF), conversar com outros franqueados da rede para esclarecer dúvidas e visitar outras unidades da marca para conhecer o negócio na prática.