Quando falamos de investimento, um dos primeiros pontos a se levar em conta por quem planeja se tornar um franqueado é a taxa de franquia. Ainda que seja comum na maior parte das redes, é possível encontrar marcas que não cobram taxa de franquia.
Paga no momento da assinatura do contrato de franquia, a taxa de franquia é a remuneração dos serviços iniciais prestados pelo franqueador ao franqueado, envolvendo todo o processo de implantação do negócio e primeiros momentos da operação – fases em que o franqueado geralmente precisa de mais atenção e suporte.
Já o valor da taxa de franquia pode variar bastante conforme a rede, como explica Luisa Henrique Stockler, sócio-presidente da ba}STOCKLER.
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“Cada franqueador pode precificar esse investimento inicial de acordo com a notoriedade de sua marca (aspecto intangível do valor) e com a quantidade e profundidade do suporte inicial prestado (aspecto tangível do valor)”, esclarece o especialista.
Assim, o franqueado pode conferir os aspectos tangíveis de forma mais prática, avaliando tudo o que é oferecido no suporte inicial da franquia, os treinamentos, viagens e visitas à sede da franqueadora ou a unidades piloto, entre outros. Já os aspectos intangíveis são mais abstratos, visto que se baseiam no valor da marca.
“Quanto maior for a marca na região, maior pode ser o seu valor de mercado. Caso a franquia seja forte em uma praça, já na outra nem tanto, o valor pode ser bem menor”, avalia Stockler.
Entendendo a isenção da taxa de franquia
Mas, se a taxa tem essa função de remunerar a marca e o suporte prestado pela franqueadora, por que algumas redes não cobram a taxa de franquia? Para Stockler, a isenção dessa taxa é uma estratégia de expansão.
“Pode ser puramente por estratégia comercial, para acelerar o crescimento em determinado local; ou tributária, embutir o valor no produto que será vendido ao franqueado. É possível que um franqueador realize uma espécie de promoção ou incentivo em determinada praça, deixando de cobrar a taxa”, comenta o consultor.
De fato, não cobrar a taxa de franquia pode ser uma boa maneira de impulsionar a expansão da rede, uma vez que, com a isenção, o valor do investimento tende a ser mais baixo – nesse caso, no geral, o franqueado deve arcar apenas com a instalação da unidade e levantar o capital de giro necessário.
Já a isenção da taxa como estratégia tributária é especialmente comum em redes que trabalham com a venda de produtos fornecidos pela franqueadora pela própria marca. A rede pode ainda disponibilizar a taxa zero como uma promoção pontual em datas pré-determinadas ou para regiões específicas, e não como característica permanente do negócio.
Cuidados na hora de investir
Apesar do atrativo do investimento reduzido, quem pensa em investir em uma rede que não cobra taxa de franquia deve enxergar além e analisar todos os detalhes do negócio com cuidado.
“O fato da franqueadora não cobrar a taxa de franquia não deve ser desculpa para relaxar nos serviços iniciais prestados ou fazê-los de forma mais simples do que era para ser. Independente do valor cobrado ser alto, baixo, ou não ser cobrado, o franqueado deve ficar em cima e atestar que o serviço será bem feito para ter sucesso nos negócios”, alerta Stockler.
Para se certificar de que tudo vai sair como o planejado, Stockler aconselha que os candidatos procurem outros franqueados da rede para averiguar se o suporte que eles receberam atendeu às expectativas.
“É importante ligar para franqueados de outras unidades, ou mesmo ex-franqueados, e verificar como foi o suporte inicial. Procure saber se o suporte foi o melhor possível, se teve isenção ou não da taxa de franquia, e se o serviço prestado valeu a pena pelo investimento”, destaca o especialista.
Além disso, é fundamental que o interessado na franquia analise ainda as outras taxas cobradas pela franqueadora, como a taxa de royalties e o fundo de propaganda. Outro ponto que merece atenção são os treinamentos, que podem ser cobrados à parte em algumas empresas.
Portanto, fazer um estudo cuidadoso da Circular de Oferta de Franquia (COF), documento que deve reunir todas as informações detalhadas sobre o modelo de negócio, e o contrato de franquia é indispensável para investir com segurança.
Vale pontuar que, além da estratégia de isenção, há outras formas de flexibilizar a taxa de franquia. O valor pode ser parcelado pela franqueadora ou financiado, por exemplo, o que também pode ajudar a aliviar o investimento inicial. Nesse caso, o ideal é que o interessado consulte a franqueadora quanto às possibilidades durante as primeiras conversas.
Franquias que não cobram taxa de franquia
A seguir, você confere algumas redes que não cobram taxa de franquia – são redes de segmentos variados, que atuam tanto com a venda de produtos quanto com a oferta de serviços.
Os dados de investimento são divulgados pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) ou foram informados pelas próprias empresas.