Como ser um franqueado: passo a passo

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como ser um franqueado
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Você está ensaiando investir no seu próprio negócio e viu no mundo do franchising uma boa oportunidade para isso. Mas, logo que começou as pesquisas, já veio aquela insegurança de como ser um franqueado. A pergunta se vale mesmo a pena o investimento provavelmente veio à sua cabeça, certo? Fique tranquilo, pois essas são perguntas que povoam a mente de muitos empreendedores que sonham em investir em um negócio.

Para que tenha ideia, mais de 38 milhões de brasileiros pensam em abrir seu próprio negócio, segundo pesquisa do Instituto Data Popular. Mas, quem pensa em fazer isso por meio de franquia tem muito a seu favor. De acordo com um levantamento da consultoria Neoway, a taxa de mortalidade entre pontos de franquia é de apenas 4,3% nos cinco primeiros anos. Já entre as pequenas empresas, esse número pode chegar, segundo o IBGE, a pouco mais de 60%.

Embora abrir uma franquia seja um processo relativamente mais simples do que começar um empreendimento do zero, pois no franchising você conta com um modelo estruturado e suporte de profissionais que já conhecem o mercado, é preciso estar armado de todas as informações importantes para fazer um bom negócio.

Por isso, com a ajuda da Leiza Oliveira, CEO da rede de franquias Minds Idiomas, fizemos um passo a passo de tudo o que você precisa saber sobre como ser um franqueado.

Perfil

Antes de tudo, você precisa saber se tem o perfil de um franqueado. Independente do segmento em que vai atuar, uma característica é sempre citada como requisito para o investidor: espírito empreendedor.

Entretanto, nem sempre ter espírito empreendedor significa ter um perfil adequado para o franchising. Isso porque, para uma pessoa que quer empreender e já tem uma ideia na cabeça, não é interessante comprar uma franquia, porque ela ficará frustrada, visto que terá de seguir um modelo de negócio já estabelecido.

Além dessas características, básicas para franquias de todos os setores, é possível que as redes façam exigências pontuais para seus franqueados. Formação em determinadas áreas, idade mínima, experiência anterior no ramo e habilidades de comunicação e gestão de pessoas, por exemplo, podem ser atributos essenciais para algumas marcas.

Não deixe essa parte do processo de lado, pois ela é muito importante: “Com toda certeza uma das principais dificuldades da abertura de uma franquia é o candidato enxergar quais são os seus pontos fracos e fortes como profissional, e focar no que é bom”, diz Leiza.

Escolha do segmento de atuação

O segundo passo é escolher em qual segmento você vai atuar. Atualmente, a Associação Brasileira de Franchising (ABF) divide as franquias em 11 segmentos principais. Mas, além desses segmentos principais, há vários subsegmentos, o que aumenta ainda mais a diversidade de áreas de atuação possíveis.

A análise do seu perfil também é um bom começo para selecionar o setor da franquia: a principal dica de especialistas em franchising é optar por um segmento com o qual o você se identifique.

Mas, fique ligado, pois se identificar com um segmento não quer dizer apenas gostar de um certo serviço ou produto. Ainda que seja importante aprovar os produtos ou serviços vendidos, também é necessário gostar do dia a dia do negócio, o que inclui modelo de operação, público-alvo e atividades de rotina, por exemplo.

Valor de investimento

Essa é uma questão crucial no passo a passo de como ser um franqueado: de quanto dinheiro você precisa? É possível investir com pouco, mas algumas franquias exigem valores maiores.

Para que saiba, há marcas com franquias baratas em diversos segmentos, com investimento inicial de menos de 10 mil reais e operação que não exige contratação de funcionários ou ponto comercial.

Subindo um pouco o capital disponível, também é possível encontrar opções de modelos e marcas. Com menos de 100 mil reais, por exemplo, pode-se optar entre, além de modelos home based, franquias de loja, quiosques e outros formatos para operação.

Já quem tem capital ainda mais elevado para investir pode mirar em grandes marcas ou em negócios mais complexos, visto que há franquias que ultrapassam a casa do 1 milhão de reais no investimento inicial.

Desta forma, o primeiro passo em termos financeiros é levantar quanto você tem disponível para investir e, a partir daí, começar a pesquisar as opções no segmento escolhido que se encaixam na sua faixa de investimento, mantendo os pés no chão.

O importante, entretanto, é que você não use todas as suas economias para esse negócio. Se tem o dinheiro aplicado, pode até pegar um financiamento, mas deixando o dinheiro aplicado como reserva, caso não consiga pagar o financiamento com o resultado do negócio.

Isso porque as franquias não exigem apenas o valor do investimento inicial. É comum que esse primeiro aporte inclua a taxa de franquia, o capital de giro e a instalação da unidade, mas, além disso, há custos mensais e operacionais que não devem ser esquecidos, tais como os royalties e o fundo de propaganda que são cobrados, geralmente, mensalmente pela franqueadora.

Escolha da franquia ideal

De acordo com dados da ABF, o Brasil tem hoje quase 3 mil redes de franquias em operação. Com isso, fica difícil decidir pela marca certa, mesmo que você já tenha definido um segmento e o capital disponível para investir.

Por isso, é fundamental observar informações como o histórico da rede, os produtos ou serviços oferecidos e como eles se posicionam no mercado, assim como qual é o nível de satisfação dos franqueados com a franquia e quais são os dados de investimento.

Além disso, a experiência da franqueadora no mercado também faz toda a diferença, pois assim como demonstrar conhecimento de mercado, é preciso que a rede saiba transmitir esse know how aos franqueados através de treinamentos e de suporte bem estruturado.

Ainda vale entrar em contato não só com a própria rede para esclarecer dúvidas e reunir informações sobre a franquia, como pesquisas na internet, visitar as unidades e principalmente conversar com franqueados da marca.

Aliás, sempre que for avaliar uma franquia, vale perguntar aos franqueados da rede de interesse alguns pontos importantes para saber se aquela empresa é boa ou não para os seus objetivos. Veja com eles qual o grau de satisfação com a franqueadora, de maneira geral; como foi atendido em suas demandas e necessidades; cheque com os que não estão tão satisfeitos os motivos para tal; verifique se as planilhas que a franqueadora apresenta representam a realidade; qual a relação com os fornecedores; formas de compra e abastecimento; gestão de estoque; e como o franqueado lida com a sazonalidade.

Para chegar a esses franqueados, é preciso identificar as lojas e abordar o atendente ou gerente se apresentando e deixando seus dados falando do interesse em conversar com o dono. Muitas vezes os franqueados indicados pelo próprio franqueador são unidades modelos, mas a visita direta pode ser mais reveladora. No entanto, não deixe de visitar os modelos também, pois são os caminhos que deram certo e que você pode seguir. Depois das visitas, tire suas conclusões, pois eventuais resultados negativos podem não ser de responsabilidade da franqueadora e sim do perfil de gestão do franqueado.

A Circular de Oferta da Franquia (COF), entregue ao candidato pela franqueadora no processo de abertura, é uma excelente maneira de verificar informações detalhadas sobre o negócio. Profissionais de confiança, como consultores e advogados, também podem ser acionados para ajudar na escolha da franquia ideal.

Processo de abertura de uma franquia

Embora cada franqueadora tenha sua própria forma de processo seletivo, algumas etapas são comuns a várias empresas.

O primeiro contato com a marca geralmente acontece pela internet, através do preenchimento de um formulário que costuma pedir dados básicos como nome, formas de contato, cidade pretendida para instalação da nova unidade de franquia e capital disponível para investir.

Depois disso, a equipe responsável pela expansão dá início ao processo seletivo, enviando ao candidato mais informações sobre a franquia e fazendo uma triagem conforme o perfil buscado.

Muitas redes exigem um contato presencial, quando o interessado pode ser convidado a apresentações na sede da franqueadora, entrevistas cara a cara e reuniões com a equipe de expansão. Esse é o momento para fazer perguntas, esclarecer todas as dúvidas e compilar informações que ainda estão pendentes.

Seguindo a Lei de Franquia, antes de fechar o negócio com o candidato, a franqueadora deve entregar a COF, contendo todas as informações sobre a franquia, o franqueador e uma listagem completa de franqueados. O prazo previsto por lei para análise da COF é de, no mínimo, dez dias. Depois disso, pode-se prosseguir com a assinatura de um pré-contrato ou do contrato de franquia.

É só no momento da assinatura do contrato que o franqueado realiza o primeiro pagamento à franqueadora: a taxa de franquia. Algumas redes oferecem possibilidades de parcelamento, outras exigem o valor integral (vale perguntar quais são as opções).

“Eu aconselho que depois de checar o capital necessário para a abertura da franquia e se você tem aptidão com o segmento em que trabalhará, o candidato conheça a franqueadora. Ter contato com quem idealizou a franquia, colaboradores, e entrar em contato com outros franqueados é muito importante para colher as suas experiências”, avalia Leiza.

Depois de assinar o contrato, o novo franqueado ainda tem um longo caminho pela frente. O processo de abertura inclui toda a negociação e seleção do ponto comercial, as reformas e adaptações do imóvel, compra do primeiro estoque e equipamentos, contratação de funcionários.

“Pense também no quanto de reserva deixará para possíveis imprevistos, e quando terá o lucro pretendido. E não se esqueça de ler toda a documentação apresentada pela franqueadora e só fechar o negócio caso esteja de acordo com os termos do contrato. Fechou o contrato? Então é hora de fazer o treinamento na franqueadora e colocar em prática tudo o que aprendeu como franqueado”, aconselha Leiza.

Isso mesmo! Antes da inauguração a franqueadora também fornece os treinamentos iniciais, que podem ser oferecidos apenas para o franqueado ou para o franqueado e toda a equipe de funcionários. Há diferentes modalidades possíveis de treinamentos: treinamento presencial, na sede da franqueadora, treinamento em unidades de franquia piloto, treinamento in loco, na unidade do franqueado, e treinamento online.

Com tudo pronto no local e equipe treinada, é hora de abrir as portas do negócio e iniciar a operação da franquia.

Depois da inauguração

Franquia instalada? Agora é só tocar o negócio seguindo as regras e padrões da franqueadora. Consultorias de campo, manuais operacionais e centrais de atendimento são muito úteis para manter o franqueado atuando conforme o conceito da marca.

Vale lembrar também que as obrigações financeiras do investidor com a franqueadora não se encerram depois da abertura da franquia. As taxas de royalties e fundo de propaganda continuam sendo cobradas e é preciso ficar atento ao sistema para não perder nenhum pagamento.

As franqueadoras também podem promover convenções entre franqueados, enviar supervisores de campo para acompanhar o desempenho da unidade e oferecer treinamentos de reciclagem para atualização de franqueado e equipe durante todo o período de contrato.

Agora que você já sabe como ser um franqueado, confira aqui algumas opções de franquias baratas.

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