Modelos de franquias: conheça opções e saiba como decidir

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modelos de franquias
modelos de franquias

A ideia de que a única forma de investir em franquia é abrindo uma loja já ficou para trás há muito tempo. O setor de franchising brasileiro se modernizou e vem acompanhando as novidades do mercado. O resultado? Cada vez mais modelos de franquias disponíveis.

Embora as tradicionais franquias de loja ainda sejam predominantes, novas modalidades de atuação estão ganhando território. Os quiosques, por exemplo, já são populares, especialmente no segmento de alimentação. Franquias móveis e com operação home based também têm chamado a atenção de investidores.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), coletados no primeiro trimestre de 2017, a maior parte das franquias do Brasil são lojas: 89,6% das unidades operam neste formato. Os quiosques são a segunda modalidade mais comum, com um total de 6,7% das unidades em operação no país.

Apesar da popularidade desses dois modelos, outras modalidades também têm espaço no franchising. A categoria “outros”, que engloba as franquias home based, unidades sem espaço físico, franquias delivery e de venda direta, representa 2,8% das operações. A lista fecha com as franquias virtuais, com uma fatia de 0,6% das unidades, e os modelos store in store, food truck e food bike, somando 0,3%.

Aproveitando a tendência de novos formatos, várias redes estão lançando modelos de franquias no mercado e ampliando suas formas de atuação. Com isso, além de poder optar por negócios com investimento que se adequam a seu capital disponível, o franqueado consegue selecionar a modalidade de operação que melhor se encaixa com o mercado da sua região e com seu perfil e expectativas.

“O investidor deve levar em conta principalmente o negócio com o qual ele mais se identifica. Ter um emprego que você não gosta é ruim, ter um negócio que você não gosta é muito pior. Portanto, esse é um momento de muita reflexão quanto ao tipo de operação”, aponta Pedro Almeida, diretor da Franchise Solutions.

Outro ponto importante no processo de escolha do modelo é saber se a franqueadora tem know how para oferecer modelos bem estruturados e conseguir prestar um bom suporte. Checar se a rede conta com uma unidade piloto do modelo pretendido e questionar como foi feita a formatação do negócio é fundamental para investir com segurança.

“É importante avaliar a experiência dos franqueadores que, muitas vezes, vendem esses modelos, porém nunca operaram de fato – ou seja, não conhecem o que estão vendendo”, reforça Pedro.

Nesta matéria você conhece melhor os principais modelos de franquias do mercado e confere dicas de especialistas para decidir qual o formato ideal para você (se quiser pegar um atalho, use os links do menu a seguir para ir direto ao modelo que mais lhe interessa).


Franquias de loja

franquias de loja

O modelo de franquia de loja é o mais tradicional e, de acordo com os dados da ABF, o mais popular do franchising brasileiro. Presente em todos os segmentos, esse modelo é caracterizado pelo trabalho em uma estrutura física e funciona tanto para redes de varejo quanto para marcas especializadas na prestação de serviços.

Segundo Pedro Almeida, a maior vantagem de uma franquia de loja é poder contar com uma operação completa, dispondo de todos os produtos ou serviços do mix. Aqui, a estrutura física é um diferencial favorável: a loja proporciona mais espaço para estoque de produtos, maior capacidade de atendimento a clientes, equipe de funcionários mais numerosa.

“A loja proporciona uma experiência de compra. O varejista pode lançar mão de ações que cativem o cliente, como experimentação, atendimento diferenciado, ações sensoriais, merchandising, mais locais para exposição”, comenta Gustavo Malavota, presidente do Instituto Vendas.

De acordo com a sócia-diretora da consultoria de redes ba}STOCKLER, Angelina Stockler, a estrutura da loja também permite que o franqueado trabalhe melhor o conceito da marca e consiga oferecer um espaço mais atrativo. “Outra vantagem é proporcionar maior conforto aos consumidores, além de ter mais espaço para oferecer a linha completa dos produtos e serviços”, pontua Angelina.

Ainda que seja um formato tradicional, isso não significa que os modelos de loja tenham sempre a mesma cara. Além do maior espaço possibilitar que a marca crie um layout diferenciado e trabalhe com um projeto arquitetônico atrativo, há modelos de loja que fogem do comum. Um exemplo é a franquia no container que, apesar de funcionar como uma loja tradicional, tem um formato mais compacto e arquitetura toda diferenciada.

As franquias de loja podem ser instaladas em pontos de rua, shopping centers, galerias, hipermercados, aeroportos e outros centros comerciais. A escolha de locais com fácil acesso, próximos a estacionamentos, com boa visibilidade e alto fluxo de pessoas impacta diretamente no desempenho do negócio.

Apesar de ser um modelo bastante atraente, toda essa estrutura pode exigir também um capital elevado de investimento.

“As desvantagens são em função do custo de instalação das lojas, muitas delas atreladas a shopping centers, com custo ocupacional altíssimo”, destaca Pedro.

Assim, quem tem interesse em abrir uma franquia de loja deve estar preparado para investir em instalação. Aluguel de ponto, luvas, mobiliário, reformas, adaptações e manutenção exigem não só um capital inicial mais alto, mas também aumentam o custo operacional do negócio.

Também vale lembrar que as lojas devem seguir os horários do comércio local, seja em ponto de rua ou de shopping – o que pode significar expedientes também em finais de semana, feriados e turno noturno.

Por fim, o perfil do empreendedor para uma unidade de loja deve ser de facilidade em lidar com pessoas, tanto para estar à frente do atendimento quanto para fazer a gestão da equipe.


Franquias de quiosque

Franquias de quiosque

As franquias de quiosque são a segunda modalidade mais popular no franchising brasileiro. Presente principalmente em centros comerciais como shopping centers, galerias, hipermercados e aeroportos, posicionado em corredores e áreas de grande fluxo de pessoas, esse modelo tem uma estrutura física mais compacta que a da loja.

Com a estrutura mais compacta, o investidor tem, ao mesmo tempo, uma vantagem e uma desvantagem em relação ao modelo de loja. Por um lado, a limitação de espaço exige uma variedade de produtos menor. Por outro, o investimento em instalação também tende a ser mais baixo.

“Muitas vezes os quiosques trabalham com mix de produtos ou serviços reduzidos, faturamento menor do que de uma loja completa, pouco espaço destinado para estoque e uma complexidade operacional por conta da limitação de espaço físico”, assinala Pedro.

Dependendo do layout e do projeto da marca, o quiosque ainda pode ter um custo de instalação equivalente ao de uma loja. Porém, via de regra, esse é um formato com custos de instalação e de manutenção mais baixos que de uma loja: o aluguel do ponto dentro de um shopping, por exemplo, tende a ser mais acessível para quiosques do que para lojas. A equipe de funcionários necessária também é menor, o que significa menos investimento em recursos humanos – muitas vezes, apenas um funcionário é suficiente para cuidar da operação.

Além disso, ainda que o espaço reduzido limite o mix de produtos e a disponibilidade de estoque, esse tipo de franquia também pode proporcionar alto giro de produtos e fácil acesso para os consumidores.

“Dependendo do shopping, o quiosque pode se posicionar em um ponto de maior fluxo, mesmo que já tenham lojas ocupadas. Eles também estão posicionados no local de maior circulação, o corredor, e contam com vitrine de 360 graus”, pontua Gustavo.

Inseridos dentro de centros comerciais, os quiosques devem seguir os horários de atendimento do local. Portanto, também é necessário que o franqueado se prepare para manter a unidade funcionando em períodos noturnos, finais de semana e feriados.

Diversos segmentos contam com opções de franquias de quiosque, tanto no varejo quanto na prestação de serviços. O modelo é especialmente atrativo para redes que trabalham com alimentos de consumo rápido, serviços express e venda de produtos em geral.


Franquias home based

Dicas para trabalhar com franquias home-based

As franquias home based são uma aposta cada vez mais frequente. Comum especialmente entre as redes de serviços, esse modelo também pode ser adaptado para a comercialização de produtos, sendo possível em diversos segmentos.

As principais vantagens da operação home based, segundo Pedro Almeida, são a possibilidade de trabalhar com horários flexíveis e o custo de implantação ser bastante reduzido.

Esse formato de franquia é ideal para empreendedores que não têm alto capital para investir: é possível encontrar franquias home based com investimento inicial inferior a 10 mil reais. Além de ter como principal característica a não exigência de uma estrutura física, o modelo geralmente não exige gastos com equipamentos, grandes estoques e funcionários. Podendo operar o negócio de casa, em muitos casos contando apenas com computador e acesso à internet, os custos operacionais são bem reduzidos.

A flexibilidade de horário também é atrativa. Nas franquias home based, o franqueado é, normalmente, o único operador do negócio e pode trabalhar nos horários determinados por ele, sem a necessidade de seguir à risca os horários comerciais tradicionais. Sendo assim, essa é a modalidade ideal para quem deseja conciliar o negócio com outras atividades, como um trabalho formal, os estudos ou o cuidado da casa e da família.

As formas de trabalho no modelo home based podem variar. Há franquias que podem ser operadas inteiramente em home office, com atendimentos a clientes via internet ou telefone. Em outras redes, o atendimento pode ser feito na modalidade delivery: após o contato ou a contratação do serviço, o franqueado vai até o cliente. Também há casos em que o franqueado negocia com pontos comerciais de terceiros e faz a gestão do negócio sem necessitar de um ponto físico próprio.

Para se dar bem atuando neste modelo, entretanto, é preciso saber equilibrar bem as responsabilidades da franquia com outros afazeres e ter em mente que o desempenho do negócio estará diretamente relacionado ao trabalho do investidor.

“A desvantagem do modelo home based está ligada à disciplina de trabalho, em misturar atividades do lar com as profissionais, e ao ganho limitado, uma vez que a atividade depende, muitas vezes, apenas da produtividade do franqueado”, ressalta Pedro.


Franquias delivery

franquias delivery

As franquias delivery são aquelas que trabalham com venda de produtos ou prestação de serviços no modelo de entrega – o consumidor faz o pedido e recebe atendimento em casa.

Populares principalmente no setor de alimentação, as franquias delivery têm a grande vantagem de ter uma boa aceitação junto ao público consumidor. “Os clientes preferem pedir no escritório ou em suas residências e receber no conforto do lar ao invés de ter que sair para pegar uma pizza, por exemplo”, comenta Pedro.

Outro ponto positivo é que, sem precisar investir em uma estrutura para prestação de serviços ou consumo de produtos no local, o investimento na instalação da unidade costuma ser reduzido em relação ao modelo de loja tradicional.

As franquias de alimentação com operação delivery, por exemplo, não precisam contar com uma estrutura de restaurante, com mesas, cadeiras e garçons para atender o consumo no local. Um ponto com atendimento via telefone e internet e um balcão já supre a necessidade, fazendo com que o espaço possa ser menor e diminuindo os gastos com mobiliário e funcionários.

Já em uma franquia de serviços, é comum que a franqueadora não exija um ponto físico. Nesse caso, o franqueado pode operar no modelo home based, levando o serviço até a casa do cliente.

Além disso, é possível trabalhar com modelos mistos, alinhando o delivery com o atendimento tradicional, com uma estrutura física. Dessa forma, o investidor consegue atender a demanda de diferentes perfis de consumidores, mas precisa dispor de um capital maior para investir.

A necessidade de funcionários vai variar conforme o negócio. De forma geral, as franquias delivery permitem operar com equipe reduzida ou até mesmo apenas com o próprio franqueado tomando conta de todo o processo.

“Costumo dizer que todo o investimento tem risco, e caso o investidor não queira correr muito risco, ele deve optar por negócios mais tradicionais. Se imaginarmos uma pirâmide de risco, eu colocaria que na base (com menos risco) estaria o modelo de delivery, por ter menos complexidade operacional”, argumenta Pedro.

Segundo Pedro, os desafios deste modelo estão relacionados ao treinamento dos entregadores, padronização do serviço e delimitação da área de atendimento para garantir qualidade. Esses pontos devem ser observados com atenção, uma vez que vão depender em grande parte do que é oferecido pela franqueadora: regras contratuais de território de atuação, treinamentos, suporte e manuais operacionais.


Franquias móveis

tendência food bike

As franquias móveis são vistas especialmente no setor de alimentação – trailers, food trucks e food bikes são uma tendência que tem aparecido cada vez mais no mercado de franchising.

Neste formato, o ponto alto do negócio é exatamente a mobilidade. “A grande vantagem está na flexibilidade do ponto. Com algumas licenças, é possível operar em locais distintos, indo até onde o cliente está, e não existe a necessidade de locação de um ponto fixo”, destaca Pedro.

Sendo assim, o investidor pode atuar em eventos, festivais, feiras e locais de alta movimentação, conseguindo buscar as melhores oportunidades de venda, o que potencializa o faturamento do negócio.

As franquias móveis também contam com uma estrutura reduzida. Isso quer dizer que, em muitos casos, os gastos com a instalação da unidade também são menores: com planos bem estruturados, a compra ou adaptação dos veículos pode sair mais em conta que o investimento em uma franquia de loja ou de quiosque, por exemplo. Além disso, a estrutura compacta também exige menos operadores, implicando na contratação de poucos funcionários ou mesmo permitindo que o próprio franqueado trabalhe sozinho.

Por outro lado, a estrutura também representa limitação de espaço para desenvolver a operação, reduzindo o mix de produtos. As franquias móveis também podem trabalhar com valores mais acessíveis para conseguir aumentar o volume de vendas, o que pode impactar o faturamento.

“Também é uma operação que sofre muito com relação ao clima, pois, em períodos de chuva, as pessoas tendem a buscar locais com mais estrutura”, lembra Pedro.


Franquias virtuais

Franquia virtual

As franquias virtuais são aquelas que têm como base a operação digital. Embora sejam negócios que podem ter estruturas físicas, as franquias virtuais conseguem, geralmente, operar na modalidade home based, exigindo apenas um computador ou smartphone com acesso à internet.

“Os custos de montagem são reduzidos, visto que a estrutura comercial pode começar muito pequena e ir crescendo de acordo com a demanda, e o investidor tem a flexibilidade de trabalhar de qualquer local, até mesmo de fora do país”, pontua Pedro Almeida.

Nas franquias de lojas virtuais, por exemplo, é comum que o franqueado fique responsável apenas pela gestão de seu próprio site, fazendo a divulgação e trabalhando as vendas, enquanto toda a parte de estoque e logística é feita pela franqueadora.

Além de lojas, é possível trabalhar com agências de viagem, comunicação e marketing, venda de publicidade, contratação de serviços de tecnologia, seguros e negócios neste formato de franquia.

Esse modelo é ideal para empreendedores que não querem lidar diretamente com atendimento a público ou com gestão de equipes. É possível trabalhar sozinho, sem a necessidade de contratar funcionários, e com horários flexíveis, o que também possibilita que essa seja uma segunda fonte de renda para o investidor.

O ponto de atenção aqui deve ser com relação à cobertura de território e aos concorrentes. Com o e-commerce aquecido, é preciso avaliar quem são os outros players no segmento, uma vez que você não concorre apenas com quem tem proximidade geográfica. Se o negócio tiver foco regional, entender as regras quanto à área de atuação impostas pela franqueadora também é fundamental.

Colocando todas essas questões na balança, com opções de modelos bem definidas, Pedro recomenda ainda que o investidor consulte outros franqueados da rede pretendida e nos modelos de interesse para esclarecer dúvidas sobre a operação.

“É importante conversar com franqueados dessas marcas para saber se tudo o que o franqueador diz é mesmo verdade; eles vão dizer absolutamente tudo, principalmente em relação ao suporte recebido”, aconselha o especialista.

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