Restaurantes, lanchonetes, food trucks, quiosques e muito mais: o mercado de alimentação é, com certeza, um dos que mais oferecem opções para negócios dos mais diferentes tipos. Seja qual for a opção que você deseja escolher, investir em alimentação te dá diversas possibilidades para o sucesso. Ainda assim, é necessário cuidado na hora de planejar seu empreendimento.
Fernando Cardoso, head de foodservice da AGR Consultores, afirma que todo tipo de investimento está sujeito a riscos. Fatores externos, aqueles que o empreendedor não é capaz de controlar, como uma crise econômica, podem ser bastante desafiadores e afetam o desempenho de qualquer forma de negócio de forma relevante; então, é preciso muito planejamento e cuidado.
Porém, Fernando também afirma que o setor de alimentação é um dos que oferecem menos risco, graças a suas características históricas e perspectivas futuras do segmento: o mercado alimentício não sofre mudanças profundamente radicais em espaços de tempo curto, quando falamos de hábitos e preferências do consumidor.
➥ Confira também: 100 opções de franquias baratas (a partir de R$ 699)
“Não estou afirmando que mudanças de hábitos de consumo não ocorram no setor alimentício. Sim, elas ocorrem, mas com capacidade de reação e adequação às novas tendências por partes dos operadores e prestadores de serviços do setor”, explica o especialista.
De acordo com o Instituto Foodservice Brasil (IFB), o mercado de alimentação fora do lar cresceu 3% em 2016, apesar da crise econômica, movimentando 184 bilhões de reais. O IFB apurou ainda que os estabelecimentos do setor registraram um tíquete médio de 13 reais por compra, sendo que a maior fatia desse mercado é representada pelos restaurantes de fast-food.
Ideias de negócio para investir em alimentação
O primeiro passo para começar a planejar um investimento no setor de alimentação é, de acordo com Fernando, avaliar o conceito de alimentos e bebidas – a base do negócio que será escolhido. O empreendedor deverá escolher se investirá naquelas opções já consolidadas ou investir em algum conceito inovador, diferente do que já existe.
Para Fernando, alguns exemplos de conceitos já estabelecidos são aqueles mais conhecidos e tradicionais: pizzarias, cafés, churrascaria, doces, comida italiana e salgados. Dentro de novos conceitos que estão em alta no momento, o head de foodservice cita como exemplo os produtos vegetarianos, alimentação saudável, cozinhas internacionais como a mexicana, peruana e outras, doces e salgados específicos como cinnabon, pretzels e bebidas como frozens.
Fernando aponta que, na área da alimentação, os conceitos que mais cresceram em 2016 foram:
1- Churrascos e Grelhados com 22,1%;
2- Doces, Bolos, Chocolates e Confeitos com crescimento de 14,4%;
3- Sorvetes, Milk Shakes e Gelados com 13,9%;
4- Massas e Pizzas com 10,8%.
“Tais conceitos tiveram um crescimento significantemente superior à média do mercado alimentício, que em média cresceu 5,5%”, complementa o especialista.
Segundo Fernando, esses subsetores seguirão consistentes em médio e longo prazo. O especialista também aposta que o conceito de alimentação saudável deve se tornar o segmento de maior crescimento e deverá permanecer consistente em médio e longo prazo.
A escolha entre que conceito investir não é simples. É preciso decidir se será mais adequado apostar naquelas opções com aceitamento certo do consumidor, que se encaixem no estilo de vida brasileiro e que já estão consolidados, ou em novidades que podem atrair novos clientes, mas que ao mesmo tempo apresentam incertezas na aceitação do mercado.
Caso opte por conceitos consolidados, Fernando explica que o investidor enfrentará uma concorrência significantemente mais alta. Por isso, é importante que o foco seja na diferenciação da marca: nesse caso, você pode procurar por se destacar com a localização, o serviço, a conveniência para os clientes, a qualidade do produto em relação ao preço e muito mais.
No caso de negócios que procuram ser inovadores, Fernando alerta que é necessário que o investidor se dedique mais fortemente aos estudos de mercado antes do lançamento, além de investir mais em marketing pós-lançamento. “Nesse segmento, o empreendedor deverá encontrar menos concorrência, mas terá o desafio de desenvolver o hábito e preferência pela sua oferta”, destaca o especialista.
Além disso, como em qualquer setor, muitos exemplos de insucesso mostram a necessidade de criar uma capacidade ideal de operação e controle com eficiência da retaguarda do negócio. Para evitar mais riscos, invista em uma seleção de equipe de colaboradores de qualidade, assim como o treinamento contínuo desse grupo.
A grosso modo, os negócios alimentícios podem ser divididos entre dois grandes grupos: aqueles que oferecem uma gama grande de produtos e aqueles que se especializam em um mix de produtos específicos. Fernando explica que o segundo grupo é uma tendência bastante forte no mercado, e ela deverá ser ampliada ainda mais, a medida em que as redes aumentarem sua participação de mercado.
Por mais que, à primeira vista, oferecer apenas um mix de produtos específicos pareça ser mais arriscado, Fernando não considera isso um problema para o investidor. Segundo o especialista, a diversificação pode ser explorada no modelo de atendimento, explorando formatos, como por exemplo:
- Delivery, quando o cliente faz o pedido via telefone ou internet e recebe em casa;
- Take Away, formato em que o cliente retira o produto no local e leva para consumir em casa;
- Grag & Go, que consiste na venda de comida fresca e embalada;
- Meal kits, venda de kits de alimentos prontos para preparar uma refeição específica.
Para investir em algum formato diferenciado, Fernando aconselha que o investidor faça uma análise criteriosa para avaliar custos e benefícios da diversificação de ofertas.
Quanto custa investir em alimentação?
Historicamente, segundo Fernando, o setor de negócios alimentícios oferece um grande leque de opções de ofertas de produtos e serviços, que consegue atingir todos os segmentos do mercado consumidor. Sendo assim, a amplitude de investimentos é consideravelmente abrangente, com oportunidades para todos os perfis de investidores, com diferentes demandas de capital.
Produtos de preparação mais simples, que não exijam a compra de muitos equipamentos, ou modelos de negócio que dispensam a contratação de uma equipe extensa de funcionários demandam capital reduzido. Modelos compactos como quiosques, negócios móveis (food bike, food truck, trailer) e atendimento exclusivamente via delivery também podem reduzir o custo de investimento inicial.
Por outro lado, restaurantes mais completos vão exigir capital elevado. Aqui, não só o espaço exige alto investimento, mas também deve-se levar em conta uma equipe numerosa de funcionários para a operação e insalação de uma cozinha completa.
“Seja o investimento alto ou baixo, é fundamental ter uma análise criteriosa do retorno deste investimento, quais são os fatores de risco e a capacidade de adotar contingências para mitigar esses riscos”, afirma Fernando.
Como todo tipo de negócio, a produção de um plano de negócios eficiente e detalhado é essencial para aumentar as chances de sucesso. “O plano de negócios deve contemplar, além da previsão de investimentos iniciais e recorrentes, o fluxo e volume de transações, o tíquete médio de vendas e estimativas precisas dos principais elementos de custos, tais como produtos, mão de obra, locação, utilidades e outros”, aconselha Fernando.
A análise de risco deve levar em conta a escolha do local correto para o conceito, a aceitação pelo mercado-alvo do conceito de produtos e serviços, além da concorrência direta e indireta, disponibilidade de insumos e fornecedores, entre outros fatores críticos.
Em caso do investimento em uma franquia de alimentação, você deverá receber as orientações para o plano de negócios e assessoria para planejamento e implantação do negócio diretamente do franqueador. Fernando aconselha que, se for possível, o empreendedor realize visitas a outros franqueados, para que possam compartilhar experiências e entender melhor os fatores críticos de sucesso e, principalmente, aprender com os erros de quem possui mais experiência.
Ao investir em franquia, os valores também são bem variados – é possível encontrar tanto opções de franquias baratas, com investimento de até 50 mil reais, quanto franquias que ultrapassam a casa de 1 milhão de reais em investimento.
Caso você decida investir em um negócio independente, o cuidado na hora de criar o plano de negócios deve ser ainda maior. Fernando recomenda que o empreendedor busque apoio de instituições especializadas, como o SEBRAE, o SENAC e outras consultorias que trabalhem de forma especializada com o setor de alimentação ou foodservice.
O especialista aponta ainda que o mercado de alimentação fora de casa tem crescido em taxas superiores à média do varejo em geral, e todos os estudos recentes sobre os setores apontam que o crescimento deve continuar. “É sem dúvidas um mercado atraente para investimentos, mas, como qualquer outro setor, o empreendedor não deve encarar seu investimento de forma empírica”, afirma.
Fernando aconselha que, seja qual modelo seja escolhido para o seu negócio, o empreendedor necessita realizar um planejamento muito antes de iniciar seu investimento, além de executar o plano com excelência.
Vale a pena apostar em uma franquia de alimentação?
Para Fernando, o modelo de franquias oferece vantagens superiores tanto a curto prazo quanto na sustentabilidade do negócio a longo prazo. Isso se deve ao fato de que a tendência, tanto no Brasil quanto internacionalmente, é de que as redes devem crescer em ritmo superior aos negócios independentes.
Existem franquias de alimentação para todos os tipos de investidores. O setor alimentício é o mais popular do mercado de franquias, oferecendo opções de redes de todos os tipos e em modelos variados de negócio. Diversas delas pedem investimentos menores, o que facilita a vida de quem não possui uma quantidade alta de capital para começar.
É importante apontar que os negócios de redes alimentícias ainda representam apenas uma pequena parcela do mercado de alimentação brasileiro. Fernando mostra que a estimativa é de que 30% do mercado seja representado por esse grupo, mas a projeção é que em médio e longo prazo as redes representem 50% do volume de vendas, porcentagem parecida com as regisradas em mercados mais maduros. Outro aspecto que torna as franquias alimentícias atraentes é a sua flexibilidade de expansão, já que o modelo foi desenvolvido para ser replicado.
Segundo dados da ABF – Associação Brasileira de Franchising, as franquias de alimentação são as que mais faturam no mercado de franchising nacional. Juntas, as redes desse ramo faturaram mais de 19 bilhões de reais nos primeiros seis meses de 2017, crescendo 5% em relação ao ano anterior.
A Associação considera que os subsegmentos desse setor consistem em bares, distribuição e produção, docerias e sorveterias, empórios, supermercados e lojas de conveniência, padarias, restaurantes de serviço rápido e restaurantes de serviço completo. Com isso, quem pretende em investir em alimentação por meio de franquia encontra uma extensa gama de oportunidades e mix de produtos.
Independentemente do formato que você deseja investir, é necessário muito planejamento e cuidado para que seu negócio alcance o tão desejado sucesso. Lembre-se que tais negócios não se tratam apenas de oferecer uma comida, e sim uma experiência agradável para os clientes. Com essa ideia na cabeça, um bom planejamento e uma execução cuidadosa, seu sucesso estará mais próximo do que você imagina!
Quer investir em uma franquia de alimentação? Confira algumas opções de redes de baixo custo!